terça-feira, 21 de maio de 2019

14 governadores assinam carta contra decreto de armas de Bolsonaro



Quatorze governadores divulgaram, nesta terça-feira (21), uma carta aberta contra o decreto de armas de Jair Bolsonaro (PSL). Os chefes dos executivos estaduais avaliam que a medida do governo federal vai provocar um aumento da violência no país, uma vez que, libera aos brasileiros o acesso à armas de fogo.
Segundo o texto, “as medidas previstas pelo decreto não contribuirão para tornar nossos estados mais seguros. Ao contrário, tais medidas terão um impacto negativo na violência – aumentando por exemplo, a quantidade de armas e munições que poderão abastecer criminosos – e aumentarão os riscos de que discussões e brigas entre nossos cidadãos acabem em tragédias”.

Carta dos Governadores sobre o Decreto Presidencial n. 9.785 (07 de maio de 2019) e a Regulação Responsável de Armas e Munições no País

Como governadores de diferentes estados do país, manifestamos nossa preocupação com a flexibilização da atual legislação de controle de armas e munições em razão do decreto presidencial n. 9.785 (07 de maio de 2019) e solicitamos aos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário da União que atuem tanto para sua imediata revogação como para o avanço de uma efetiva política responsável de armas e munição no país.

Sabemos que a violência e a insegurança afetam grande parte da população de nossos estados e que representam um dos maiores obstáculos ao desenvolvimento humano e econômico do Brasil. Nesse contexto, a grande disponibilidade de armas de fogo e munições que são usadas de maneira ilícita representa um enorme desafio para a segurança pública do país e é preciso enfrentá-lo.

Por essa razão, é urgente a implementação de ações que melhorem a rastreabilidade das armas de fogo e munições durante toda a sua existência, desde sua produção. Também é fundamental aumentar os meios de controle e fiscalização para coibir os desvios, enfrentar o tráfico ilícito e evitar que as armas que nascem na legalidade caiam na ilegalidade e sejam utilizadas no crime. Reconhecemos que essas não são soluções mágicas, mas são condições necessárias para a melhoria de nossa segurança pública.

Diante deste cenário, e a partir das evidências disponíveis, julgamos que as medidas previstas pelo decreto não contribuirão para tornar nossos estados mais seguros. Ao contrário, tais medidas terão um impacto negativo na violência — aumentando por exemplo, a quantidade de armas e munições que poderão abastecer criminosos — e aumentarão os riscos de que discussões e brigas entre nossos cidadãos acabem em tragédias.

As soluções para reverter o cenário de violência e insegurança no país serão fortalecidas com a coordenação de esforços da União, Estados e Municípios para fortalecer políticas públicas baseadas em evidências e para implementar o Plano Nacional de Segurança Pública e Defesa Social, fortalecendo a prevenção focalizada nas populações e territórios mais afetados pela violência e a repressão qualificada da criminalidade.

Brasil seguro para as atuais e futuras gerações.

IBANEIS ROCHA - Governador do Distrito Federal
FLÁVIO DINO - Governador do Estado do Maranhão
WELLINGTON DIAS - Governador do Estado do Piauí
PAULO CÂMARA - Governador do Estado de Pernambuco
CAMILO SANTANA - Governador do Estado do Ceará
JOÃO AZEVEDO - Governador do Estado da Paraíba
RENATO CASAGRANDE - Governador do Estado do Espírito Santo
RUI COSTA - Governador do Estado da Bahia
FÁTIMA BEZERRA - Governadora do Estado do Rio Grande do Norte
RENAN FILHO - Governador do Estado de Alagoas
BELIVALDO CHAGAS - Governador do Estado de Sergipe
WALDEZ GÓES - Governador do Estado do Amapá
MAURO CARLESSE - Governador do Estado do Tocantins

HÉLDER BARBALHO – Governador do Estado do Pará

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