São gritantes as
semelhanças entre o modelo de educação nazista e o modelo de educação que o
governo brasileiro pretende adotar no país.
JM
Cunha Santos
Começo
a desconfiar de que há algo ainda muito mais sério, terrível e perigoso por
trás da figura do presidente Jair Bolsonaro: uma trama internacional forjada em
sociedades extremistas secretas visando à nazificação do Brasil e à criação de
um gigantesco estado policial intervencionista na América Latina. Como, aliás,
porejam nas ideias radicais do senhor Olavo de Carvalho, o guru filosófico do
presidente que considera fracos e acovardados os militares do país.
De
um lado, o governo promove o desmonte do ensino público, cortando recursos,
provocando o desmonte das universidades e não dando qualquer sinal de que o
principal mecanismo de financiamento da educação básica (Fundeb) será
restaurado ou substituído por outra forma de financiamento a partir de 2020,
quando acaba; de outro, o presidente Jair Bolsonaro decide que 20 milhões de
brasileiros poderão trafegar com armas carregadas em via pública. Além disso,
anuncia a criação de colégios militares do exército em todas as capitais do
país.
Armando
a população, está criando um ambiente de caserna entre os civis, longe do
pensamento humanista que a filosofia e a sociologia estimulam e onde uma
disciplina espartana supera o direito à liberdade de expressão. Isto sem
explicar quais são as reais intenções por trás dessa intentona armamentista que
coloca em perigo de morte toda a sociedade civil.
Assim,
no âmbito educacional, as semelhanças da política que pretende adotar o atual
governo brasileiro com os anos de gestação do nazismo, mais que visíveis, são
gritantes. Na Alemanha nazista, além de receber conhecimentos teóricos em
escolas militares, os alunos entre 6 e 10 anos de idade, também eram treinados
política e militarmente. A partir dos 14 anos passavam a integrar a Juventude
Hitlerista. Ali, todas as escolas foram nazificadas e os professores eram todos
membros do Partido Nazista, treinados para transmitir essa ideologia. O
ministro da Educação e Cultura indicava os reitores das universidades e
designava os dirigentes das uniões estudantis universitárias. No Brasil de
hoje, os reitores são acusados de “esquerdismo” pelos novos capitães da
educação brasileira.
Se
hoje, no Brasil, o governo ataca impiedosamente as ciências humanas, a ponto de
pretender alija-las do calendário escolar, na Alemanha nazista o ataque foi
contra as ciências naturais. A Física foi substituída pela Física Alemã, a
Química pela Química Alemã e a Matemática pela Matemática Alemã. De tal forma
que 2.800 professores foram demitidos pelo regime e outros fugiram do país.
Os
paquidermes e jumentos humanos do tipo de Velez e Abraham Weintraub ganharam
força na escolarização nazista. Wilhelm Miller, professor de um colégio técnico
ganhou renome ao afirmar que “A Teoria da Relatividade, de Albert Einstein, faz
parte de uma conspiração judaica para destruir a civilização”.
Da
mesma forma que pode acontecer aqui com o boicote governamental às ciências
humanas, o número de estudantes universitários caiu 50 % na Alemanha àquela
época e também nos Institutos de Tecnologia. E estão aí os IFMAS, institutos de
ensino brasileiros conhecidos pela excelência, ameaçados pelo tal
“contingenciamento” em voga no Ministério da Educação e com os estudantes
anunciando uma greve monumental cujo primeiro passo será dado no próximo dia 15
de maio.
Com
o aprendizado para servir à Juventude Hitlerista se iniciando entre os 6 e os
10 anos de idade, os nazistas promoveram um criminoso processo de lavagem
cerebral que se encerrou em 1939 com Hitler convocando todos os jovens para
servir à Juventude Hitlerista. Os pais que se negavam a ceder a essa convocação
eram submetidos a severas sentenças de prisão ou os filhos eram mandados para
orfanatos.
São,
portanto, repetimos, indiscutíveis as semelhanças entre o modelo de educação
que o governo Bolsonaro pretende adotar no Brasil e o adotado pelo nazismo então
em gestação na Alemanha, que culminou na Segunda Guerra Mundial que, segundo
alguns cálculos, deixou um rastro de 85 milhões de cadáveres, dos quais 50
milhões eram civis.
E
se, como quase sempre, pretende a direita me acusar de exageros teóricos, deixo
aqui algumas indagações oportunas:
Qual
pode ser o real interesse do governo ao armar 20 milhões de pessoas nas ruas no
Brasil?
Porque
substituir os investimentos no atual sistema de educação por investimentos em
escolas militares?
O
que alimenta essa ojeriza às Ciências Humanas que privilegiam a liberdade de
manifestação do pensamento?
Porque Jair Bolsonaro obedece tão cegamente às
orientações de Olavo de Carvalho, um extremista tão radical que considera
“cagões” os militares brasileiros?
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