domingo, 12 de maio de 2019

Conspiração brasileira: Bolsonaro, Olavo de Carvalho, Weintraub e um projeto de nazificação do Brasil

São gritantes as semelhanças entre o modelo de educação nazista e o modelo de educação que o governo brasileiro pretende adotar no país.

JM Cunha Santos


Começo a desconfiar de que há algo ainda muito mais sério, terrível e perigoso por trás da figura do presidente Jair Bolsonaro: uma trama internacional forjada em sociedades extremistas secretas visando à nazificação do Brasil e à criação de um gigantesco estado policial intervencionista na América Latina. Como, aliás, porejam nas ideias radicais do senhor Olavo de Carvalho, o guru filosófico do presidente que considera fracos e acovardados os militares do país.  
De um lado, o governo promove o desmonte do ensino público, cortando recursos, provocando o desmonte das universidades e não dando qualquer sinal de que o principal mecanismo de financiamento da educação básica (Fundeb) será restaurado ou substituído por outra forma de financiamento a partir de 2020, quando acaba; de outro, o presidente Jair Bolsonaro decide que 20 milhões de brasileiros poderão trafegar com armas carregadas em via pública. Além disso, anuncia a criação de colégios militares do exército em todas as capitais do país.     
Armando a população, está criando um ambiente de caserna entre os civis, longe do pensamento humanista que a filosofia e a sociologia estimulam e onde uma disciplina espartana supera o direito à liberdade de expressão. Isto sem explicar quais são as reais intenções por trás dessa intentona armamentista que coloca em perigo de morte toda a sociedade civil. 
Assim, no âmbito educacional, as semelhanças da política que pretende adotar o atual governo brasileiro com os anos de gestação do nazismo, mais que visíveis, são gritantes. Na Alemanha nazista, além de receber conhecimentos teóricos em escolas militares, os alunos entre 6 e 10 anos de idade, também eram treinados política e militarmente. A partir dos 14 anos passavam a integrar a Juventude Hitlerista. Ali, todas as escolas foram nazificadas e os professores eram todos membros do Partido Nazista, treinados para transmitir essa ideologia. O ministro da Educação e Cultura indicava os reitores das universidades e designava os dirigentes das uniões estudantis universitárias. No Brasil de hoje, os reitores são acusados de “esquerdismo” pelos novos capitães da educação brasileira.
Se hoje, no Brasil, o governo ataca impiedosamente as ciências humanas, a ponto de pretender alija-las do calendário escolar, na Alemanha nazista o ataque foi contra as ciências naturais. A Física foi substituída pela Física Alemã, a Química pela Química Alemã e a Matemática pela Matemática Alemã. De tal forma que 2.800 professores foram demitidos pelo regime e outros fugiram do país.
Os paquidermes e jumentos humanos do tipo de Velez e Abraham Weintraub ganharam força na escolarização nazista. Wilhelm Miller, professor de um colégio técnico ganhou renome ao afirmar que “A Teoria da Relatividade, de Albert Einstein, faz parte de uma conspiração judaica para destruir a civilização”.
Da mesma forma que pode acontecer aqui com o boicote governamental às ciências humanas, o número de estudantes universitários caiu 50 % na Alemanha àquela época e também nos Institutos de Tecnologia. E estão aí os IFMAS, institutos de ensino brasileiros conhecidos pela excelência, ameaçados pelo tal “contingenciamento” em voga no Ministério da Educação e com os estudantes anunciando uma greve monumental cujo primeiro passo será dado no próximo dia 15 de maio.
Com o aprendizado para servir à Juventude Hitlerista se iniciando entre os 6 e os 10 anos de idade, os nazistas promoveram um criminoso processo de lavagem cerebral que se encerrou em 1939 com Hitler convocando todos os jovens para servir à Juventude Hitlerista. Os pais que se negavam a ceder a essa convocação eram submetidos a severas sentenças de prisão ou os filhos eram mandados para orfanatos.
São, portanto, repetimos, indiscutíveis as semelhanças entre o modelo de educação que o governo Bolsonaro pretende adotar no Brasil e o adotado pelo nazismo então em gestação na Alemanha, que culminou na Segunda Guerra Mundial que, segundo alguns cálculos, deixou um rastro de 85 milhões de cadáveres, dos quais 50 milhões eram civis.
E se, como quase sempre, pretende a direita me acusar de exageros teóricos, deixo aqui algumas indagações oportunas:
Qual pode ser o real interesse do governo ao armar 20 milhões de pessoas nas ruas no Brasil?
Porque substituir os investimentos no atual sistema de educação por investimentos em escolas militares?
O que alimenta essa ojeriza às Ciências Humanas que privilegiam a liberdade de manifestação do pensamento?
Porque Jair Bolsonaro obedece tão cegamente às orientações de Olavo de Carvalho, um extremista tão radical que considera “cagões” os militares brasileiros?

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