De 9 milhões que residiam
na Europa antes do Holocausto, o racismo nazista assassinou, nos fornos dos
campos de concentração, mais de 1 milhão de crianças, 2 milhões de mulheres e 3
milhões de homens judeus. E, cada vez mais descaradamente, o nazismo se impõe
como modelo político entre destacáveis autoridades brasileiras.
JM
Cunha Santos
“Deutschland
uber alles”, (Alemanha acima de tudo), o slogan da campanha de Hitler, é o
mesmo slogan da campanha de Jair Bolsonaro, “Brasil acima de tudo”. Vê-se logo
que o ex-secretário da Cultura, Roberto Alvim, só caiu porque o governo não
resistiu às pressões da Câmara Federal e do Senado, da maioria das instituições
públicas, da comunidade judaica no Brasil e da indignação que rompeu as
fronteiras do Brasil e alcançou até a própria Alemanha, onde, até hoje, também
é crime fazer apologia do nazismo.
Ao
copiar e ressaltar um discurso do ministro da propaganda nazista, Joseph Goebbels,
Roberto Alvim certamente se sentiu licenciado pelo slogan do seu chefe Jair
Bolsonaro.
O
professor de História Odillon Caldeiras Neto, da Universidade Federal de Juiz
de Fora, um dos principais estudiosos no Brasil do neofascismo e da extrema
direita nacional, lembrou que essa tendência fascista no governo brasileiro não
é exclusividade do ex-secretário Roberto Alvim. Em 2018, o senhor ministro da
Educação, Abraham Weintraub, na esteira de um discurso conspiracionista, disse
que “Os comunistas são o topo do país. Eles são o topo das organizações
financeiras; eles são os donos dos jornais; eles são os donos das grandes
empresas; eles são os donos dos monopólios”. Em 1930, os nazistas diziam: “Os
judeus são o topo do país. Eles são o topo das organizações financeiras; eles
são os donos das grandes empresas; eles são os donos dos jornais; eles são os
donos dos monopólios”.
Nos
delírios de Weintraub, os Sétubal, do Banco Itaú e os Safra, do Banco Safra
seriam comunistas. Comunistas também seriam os Marinho da Rede Globo, e os
Frias, do jornal “Folha de São Paulo”.
Esse
ministro é um caso clássico de internação em clínica psiquiátrica.
A
exaltação de figuras centrais e ícones do nazismo por membros do governo
Bolsonaro, não se esgota nesses três exemplos. Há outros casos que ainda podem
ser citados, como a defesa da volta do AI-5, feita por Eduardo Bolsonaro,
Augusto Heleno e Paulo Guedes. Ou, mesmo, o próprio presidente Jair Bolsonaro
fazendo apologia do coronel assassino e torturador Carlos Alberto Brilhante
Ustra.
Diga-se,
entretanto, que conforme o professor Odillon Caldeiras Neto, o nazismo é a
expressão mais radical, intolerante, genocida e racista do fascismo. O livro
Mein Kampf (Minha luta) de Adolf Hitler, nunca passou de um misto de
autobiografia e panfleto antissemita. Tanto que, de 9 milhões que residiam na
Europa antes do Holocausto, o racismo nazista assassinou, nos fornos dos campos
de concentração, mais de 1 milhão de crianças, 2 milhões de mulheres e 3
milhões de homens judeus.
Essa
intentona nazifascista é a maior vergonha que pode ter vivido o povo brasileiro
em toda a sua História. Enquanto os próprios alemães se envergonham do que aconteceu
em seu país, principalmente do holocausto racista do povo judeu, autoridades
brasileiras retomam os discursos nazistas que, em cálculos nunca exatos, teriam
resultado nas mortes de, no mínimo, 45 milhões de pessoas durante a Segunda
Guerra Mundial.
Nenhum comentário:
Postar um comentário