segunda-feira, 20 de janeiro de 2020

Ferida nacional: o governo do Brasil coloca acima de tudo e de Deus ideias nazistas que resultaram nos assassinatos de 6 milhões de judeus

De 9 milhões que residiam na Europa antes do Holocausto, o racismo nazista assassinou, nos fornos dos campos de concentração, mais de 1 milhão de crianças, 2 milhões de mulheres e 3 milhões de homens judeus. E, cada vez mais descaradamente, o nazismo se impõe como modelo político entre destacáveis autoridades brasileiras.

JM Cunha Santos


“Deutschland uber alles”, (Alemanha acima de tudo), o slogan da campanha de Hitler, é o mesmo slogan da campanha de Jair Bolsonaro, “Brasil acima de tudo”. Vê-se logo que o ex-secretário da Cultura, Roberto Alvim, só caiu porque o governo não resistiu às pressões da Câmara Federal e do Senado, da maioria das instituições públicas, da comunidade judaica no Brasil e da indignação que rompeu as fronteiras do Brasil e alcançou até a própria Alemanha, onde, até hoje, também é crime fazer apologia do nazismo.
Ao copiar e ressaltar um discurso do ministro da propaganda nazista, Joseph Goebbels, Roberto Alvim certamente se sentiu licenciado pelo slogan do seu chefe Jair Bolsonaro.
O professor de História Odillon Caldeiras Neto, da Universidade Federal de Juiz de Fora, um dos principais estudiosos no Brasil do neofascismo e da extrema direita nacional, lembrou que essa tendência fascista no governo brasileiro não é exclusividade do ex-secretário Roberto Alvim. Em 2018, o senhor ministro da Educação, Abraham Weintraub, na esteira de um discurso conspiracionista, disse que “Os comunistas são o topo do país. Eles são o topo das organizações financeiras; eles são os donos dos jornais; eles são os donos das grandes empresas; eles são os donos dos monopólios”. Em 1930, os nazistas diziam: “Os judeus são o topo do país. Eles são o topo das organizações financeiras; eles são os donos das grandes empresas; eles são os donos dos jornais; eles são os donos dos monopólios”.
Nos delírios de Weintraub, os Sétubal, do Banco Itaú e os Safra, do Banco Safra seriam comunistas. Comunistas também seriam os Marinho da Rede Globo, e os Frias, do jornal “Folha de São Paulo”.
Esse ministro é um caso clássico de internação em clínica psiquiátrica.
A exaltação de figuras centrais e ícones do nazismo por membros do governo Bolsonaro, não se esgota nesses três exemplos. Há outros casos que ainda podem ser citados, como a defesa da volta do AI-5, feita por Eduardo Bolsonaro, Augusto Heleno e Paulo Guedes. Ou, mesmo, o próprio presidente Jair Bolsonaro fazendo apologia do coronel assassino e torturador Carlos Alberto Brilhante Ustra.
Diga-se, entretanto, que conforme o professor Odillon Caldeiras Neto, o nazismo é a expressão mais radical, intolerante, genocida e racista do fascismo. O livro Mein Kampf (Minha luta) de Adolf Hitler, nunca passou de um misto de autobiografia e panfleto antissemita. Tanto que, de 9 milhões que residiam na Europa antes do Holocausto, o racismo nazista assassinou, nos fornos dos campos de concentração, mais de 1 milhão de crianças, 2 milhões de mulheres e 3 milhões de homens judeus.


Essa intentona nazifascista é a maior vergonha que pode ter vivido o povo brasileiro em toda a sua História. Enquanto os próprios alemães se envergonham do que aconteceu em seu país, principalmente do holocausto racista do povo judeu, autoridades brasileiras retomam os discursos nazistas que, em cálculos nunca exatos, teriam resultado nas mortes de, no mínimo, 45 milhões de pessoas durante a Segunda Guerra Mundial.

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