JM
Cunha Santos
Um
misógino paquiderme
desacelera
a nossa harmonia
eu
escapo, funil, ao verme
e
me afogo de democracia
A
máquina do mal na pista
não
explica se é noite ou se é dia
quando
nos bate a patada racista
e
nos corrói sua vã xenofobia
Em
horror de uma casca nazista
em
pavor da multidão armada
só
não me peça que do amor desista
que
amor sem quase amor é quase nada
Não
viveremos o expurgo da distância
no
teu discurso que poreja azia:
pais
da sangueira e da intolerância
filhos
do ódio em vã supremacia
Um
dia terá tudo a mesma cor:
o
mesmo azul que a vida fantasia
um
dia tudo vai virar amor
-
não sobreviverás aos beijos desse dia
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