O
presidente está usando a pandemia e a fome do povo como caminhos para chegar a
um regime de exceção.
JM
Cunha Santos
Há
poucos dias, sob matéria que escrevi neste Blog com manchete “Bolsonaro, um
presidente contra seu país, um militar que envergonha as Forças Armadas”, um
desses milicianos digitais pagos a peso de ouro com dinheiro público ameaçou em
comentário: “Espera que logo, logo, tu vai tá falando fininho”. Eu apenas
perguntei: “Está me ameaçando, torturador? Para que ele retrucasse: A punição vem
de cima, JM Cunha Santos”.
Leio
agora que o presidente Jair Bolsonaro republicou o vídeo de uma falsa
professora faminta, empresária que mora em bairro chique, em que pede um golpe
militar, “O exército nas ruas”, para reabrir a força o comércio no Brasil e,
assim, acabar com o distanciamento social adotado contra o coronavírus aqui e
em todos os países do mundo.
Não
é novidade a obstinação do Gabinete do Ódio por um regime autoritário, mas o
comportamento do presidente republicando esse apelo à carnificina ideológica,
assim como o vírus, de fato enche de medo os que amam a liberdade e cultuam a
democracia. E quando um de seus seguidores ameaça me deixar “falando fininho”,
a memória se me arrasta por prisões ilegais, censura, torturas,
desaparecimentos, fuzilamentos, execuções sumárias e tudo o mais que os piores
tiranos do mundo foram capazes de conceber.
E
quando o próprio presidente diz a essa megera - que no vídeo atacou
violentamente os governadores e a imprensa - “Pode ter certeza que a senhora
fala por milhões de pessoas”, não me sobram mais dúvidas de que a democracia e
o estado de Direito estão ameaçados e todos nós vivendo entre o pavor de um
vírus letal e a iminência de um cruel regime de exceção.
O
presidente adotou a postura criminosa de retardar a sanção do projeto de renda
mínima (600 reais), aprovado pelo Congresso e destinado a mitigar a fome de
milhões de brasileiros e agora retarda o pagamento, escudado em desculpas
esfarrapadas do ministro Paulo Guedes. Como disse o governador Flávio Dino “É
absurda a lentidão de Bolsonaro no que se refere ao pagamento da Renda Básica
criada pelos senadores e deputados federais. Aparentemente, deseja o caos para “ter
razão” e tentar convencer os militares a irem para as ruas”.
O
povo já começa a denunciar a falta de alimentos em suas casas, mas Bolsonaro,
enquanto não paga a renda mínima, autoriza a redução da jornada de trabalho e
de salários e até demissões. É cruel com os pobres e trabalhadores.
Fica
claro, portanto, que o presidente quer fome, quer saques, quer sangue, quer
mortes, como desculpa para reinar absoluto e sem nenhuma piedade do povo deste
país.
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