Presidente nacional
do PSB, Carlos Siqueira convidou o governador do Maranhão, Flávio Dino, para se
filiar ao partido. Hoje no PCdoB, Dino pretende disputar a presidência da
República em 2022 e teria, na nova legenda, mais possibilidade de atrair
alianças de centro e centro-direita, além de um fundo eleitoral mais robusto e
mais tempo de televisão.
— Abri as portas do
PSB para o Flávio Dino, que é um ótimo nome. Mas se ele aceitar e vier, tem que
ser porque se reconhece alinhado com as propostas do partido. E não por um
projeto presidencial. O nome do partido para 2022 ainda será discutido
internamente — frisou Siqueira.
Procurado, Dino
afirmou que um “rearranjo” nos partidos políticos é esperado após as eleições
municipais, previstas para novembro deste ano. Segundo ele, a aglutinação é uma
tendência que acompanhará não só a esquerda, pois, com as mudanças nas regras
eleitorais, como o fim da coligação proporcional, candidatos de partidos
menores terão muita dificuldade de se eleger para a Câmara dos Deputados.
— Minha relação com
o PSB vem de antes do Eduardo Campos. Fui vice-líder do bloco PSB-PCdoB na
Câmara. Temos uma trajetória em comum e, por isso mesmo, te diria que, nesse
processo de reaglutinação da esquerda, o PSB é um parceiro preferencial do
PCdoB. Tenho uma ótima relação com o PSB, que integra o nosso governo aqui no
Maranhão. É um diálogo muito provável que se estreite. No que isso vai
resultar, é como o próprio Siqueira disse: “Temos que ver mais para frente”. Eu
jamais colocaria sobre a mesa a candidatura de 2022 para ir para o PSB. Seria
desrespeitoso.
Dino minimizou a
necessidade de deixar o PCdoB (Partido Comunista do Brasil) para conseguir
atrair aliados e eleitorado de centro e centro-direita.
— No Maranhão, fui
eleito pelo PCdoB duas vezes no primeiro turno. Em 2014, meu vice era do PSDB.
Em 2018, 16 partidos me apoiaram. Eu te diria que a questão partidária não é a
que decide o tamanho da aliança. O que decide o tamanho da aliança é a sua
atitude.
Dino, que tem
participado de conversas públicas na internet com Lula (PT) e Ciro Gomes (PDT)
— o petista e o pedetista não conversam entre si —, defende uma candidatura
única da esquerda para 2022, mas, ao mesmo tempo, afirma não ver viabilidade em
um nome do PT para encabeçar a chapa, como defende Lula.
— Olhando o Lula
que governou o Brasil, não consigo imaginar que ele só veja esse caminho do
isolacionismo. Falar em candidatura própria do PT em 2022 é só um movimento
inicial, feito para resgatar a imagem do PT hoje. Mas isso não se sustenta até
2022. Seja pelo amor, seja pela dor. Contudo, o principal é compreender que,
num país como o Brasil, só é possível a esquerda ganhar e governar fazendo
alianças para além da esquerda.
Do O Globo
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