Bolsonaro, Witzel, pastor Everaldo, pastora Flodelis, Malafaia, são farinha do mesmo saco; têm a mesma origem política, a mesma origem religiosa herética e vão continuar poluindo as águas do rio Jordão.
JM
Cunha Santos
Há,
na Operação “Três do Mesmo”, mais que o simples afastamento do governador
Wilson Witzel por seis meses e a prisão do pastor Everaldo, prócer desse novo
evangelismo de extrema direita que cultua a corrupção, o armamentismo, o
assassinato e até o incesto, conforme restou demonstrado pelas relações da
pastora Flordelis com seu genro e filhos adotivos no correr das investigações
sobre a execução sumária de seu marido, o também pastor Anderson do Carmo.
O
pastor Everaldo é, sim, um velho conhecido nas crônicas da corrupção; o Rio de
Janeiro está, sim, mergulhado num mar de corrupção a pelo menos duas décadas. E
a gula de pastores evangélicos por dinheiro e poder acentuou-se a todos os
limites com o governo Jair Bolsonaro, a ponto de não mais se saber o que é crime
e o que é oração no universo de uma nação até a bem pouco tempo aparentemente
dedicada a salvar almas para Deus e combater o pecado. Em suma, o séquito
bolsonarista de Malafaia está afundando a nação evangélica brasileira num
oceano de tristezas, repulsas e decepções.
Mas
Witzel e Everaldo não estão sendo punidos por seus crimes; estão sendo punidos
por ousar desafiar o “Messias” prometido de metralhadora em punho, Jair
Bolsonaro. São farinha do mesmo saco, têm a mesma origem política, a mesma
origem religiosa herética e vão continuar poluindo com seus batismos as águas
do rio Jordão.
O
senhor presidente conseguiu, finalmente, na proximidade dos dois anos de
mandato, estruturar sua polícia política, sonho embrionário de todo extremista
de direita. Com o concurso de procuradores nada confiáveis, de uma Justiça que
patina entre o Bem e o Mal, Bolsonaro tira do caminho mais uma ameaça à sua reeleição.
A primeira foi Sérgio Moro, a segunda Wilson Witzel e a terceira poderá ser
qualquer um dos governadores que, em oposição ou dissidência, ameaçam sua
hegemonia político-eleitoral.
A
prisão do pastor Everaldo e o afastamento do governador Wilson Witzel,
portanto, são parte de uma muito bem articulada perseguição política e não de
uma decisão de Justiça. As companhias do senhor presidente - os milicianos como
Fabrício Queiroz e Adriano de Nóbrega, os fisiológicos do Centrão, os pastores
corrompidos, os mercenários da extrema direita como Sara Geromini, os
criminosos como Flordelis, os rachadistas achocolatados como Flávio Bolsonaro,
não permitem a ninguém achar que lhe caiba no coração algum ideal de Justiça.
Ele já tem sua polícia política e os principais inimigos de sua reeleição são
os governadores todos do Brasil, inocentes ou culpados. Os mesmos governadores
que, no curso da pandemia de covid-19, descobriram as enormidades da ingerência
e da crueldade presidencial para com o povo brasileiro.
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