sábado, 22 de agosto de 2020

Programa de geração de emprego e renda de Flávio Dino serviria muito bem para o Brasil

 Mas o governo Bolsonaro fez opção pela Política da Suástica: “Armas para quem puder comprar e desprezo para quem não tiver o que comer”.

JM Cunha Santos



O Plano Emergencial de Empregos Celso Furtado, do governo do Maranhão, destinará mais de meio bilhão de reais para a recuperação do emprego e renda do cidadão maranhense, com a proposta ambiciosa de criar 62 mil novos postos de trabalho no Estado entre agosto e dezembro deste ano, zerando o efeito recessivo do coronavírus.

Poderia ser o espelho de um plano nacional de recuperação econômica, se outras preocupações o governo Jair Bolsonaro tivesse que não fossem a produção e distribuição de armas de fogo e o fortalecimento de sua genética militar. Poderia. Mas o governo federal, ao tempo em que congela os salários dos funcionários públicos até o final do próximo ano, exime desse castigo tão-somente as carreiras militares.

É a política da suástica, na qual o “poder de fogo” se sobrepõe aos problemas sociais geometricamente agravados pela pandemia que já matou mais de 112 mil pessoas no Brasil.

A Polícia Federal já afrouxou as regras para a posse e o porte de armas de fogo, aumentando o número de homicídios que vinha em queda constante há meses no país. Hoje, qualquer um pode entrar numa loja de armas de fogo e sair de lá com 4 “trabucos”, de todos os calibres. É como se estivéssemos na iminência de uma guerra. Mas contra quem? Contra nós mesmos?

É a mesma política que eleva em 48,8 % o orçamento do Ministério da Defesa em relação ao ano 2020, passando de R$ 73 bilhões para 108,56 bilhões a previsão dos gastos com militares e, no entanto, reduzindo em mais de 1 bilhão a previsão orçamentária da educação. Redução que também atinge a área da saúde em pleno alvorecer da maior crise sanitária do século. Essa postura provocou, inclusive, reação imediata do deputado federal Márcio Jerry que garante atuar no Congresso para resguardar de cortes o orçamento da educação. “Bolsonaro quer menos dinheiro na educação. É inimigo declarado do setor educacional. Vamos lutar por nenhum centavo a menos, por recursos a mais para o setor”, disse o parlamentar.



O Plano Emergencial de Empregos Celso Furtado deve ser visto como um projeto de recuperação socioeconômica, principalmente dos mais atingidos pelo poder recessivo da pandemia. E que obedece a todos os princípios da administração pública, indicando, inclusive, as fontes dos recursos nele aplicados. Em outras palavras, não é difícil socorrer os mais pobres; é apenas uma questão de vontade política. Mas o governo Bolsonaro fez opção pela Política da Suástica: “Armas para quem puder comprar e desprezo para quem não tiver o que comer”.

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