JM Cunha Santos
A
Amazônia guarda um quinto de toda a água doce do mundo, 40 mil espécies de
plantas, 400 espécies de mamíferos, 1300 espécies de pássaros, 3 mil espécies
de peixes. É também o lar de 1.800 etnias de povos indígenas e 14 milhões de
famílias urbanas e rurais.
E,
no entanto, 20 % dessa floresta já desapareceu. Sob a fúria do desmatamento, do
agronegócio, dos incêndios criminosos que destroem o mais fantástico bioma do
planeta. Somente no Estado do
Amazonas 26.972 KM2 de floresta foram desmatados desde 1988.
O
fogo já consumiu 10 % de todo o Pantanal. 17.500 km2 de mata nativa. E só agora, depois da tragédia consumada e da
péssima repercussão internacional, o governo resolve liberar recursos para
combate aos incêndios.
Há
uma conexão direta entre o desmatamento e os incêndios, ou seja, os madeireiros
derrubam a mata e o agronegócio toca fogo no que sobra para conseguir
pastagens.
São
7 milhões de Km de floresta em 9 países, a maior parte no Brasil. Os focos de
incêndio na Amazônia cresceram 33 % em 2020 em relação a 2019. Jair Bolsonaro e
Ricardo Salles, ministro do Meio Ambiente, estão “passando a boiada”, conforme
prometido na histórica e histriônica reunião ministerial de abril. Nas mãos
deles, o Ibama perde recursos e poder de fiscalização e madeireiros e incendiários
lucram horrores com a desgraça do país.
É
o mesmo governo que não gastou nem 10 % dos recursos que estavam destinados
para combate à pandemia do coronavírus e hoje lamentamos mais de 130 mil mortes
pela covid-19 no Brasil.
O
mesmo governo que submete os beneficiários do INSS a um vexame e estado de
miséria também históricos, exibindo em filas para o mundo multidões
intermináveis de aposentados, pensionistas e doentes que não recebem seus
benefícios e, provavelmente, estão tendo dificuldades até para comer. Sem
contar 1,6 milhão de pedidos de benefícios em atraso.
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