segunda-feira, 12 de outubro de 2020

150 mil mortos depois, governadores agora temem que Bolsonaro empaque a vacinação contra a covid-19 no Brasil; Apoia ele, Braide!

Robôs e bots do Gabinete do Ódio que atuam nas redes sociais espalham que a vacina chinesa contratada pelo governo de São Paulo produz efeitos colaterais, pode matar e não funciona.

JM Cunha Santos


Jair Bolsonaro fez de tudo a seu alcance para que o Brasil não chegasse ao estágio de estabilidade em que se encontra hoje em relação ao combate ao coronavírus. Tratou a doença mortal como gripezinha, mentiu sobre a eficácia da cloroquina no combate ao vírus, estimulou aglomerações na condição de presidente e delas participou e investiu com violência verbal contra o isolamento social e contra o uso de máscaras, medidas de combate ao coronavírus defendidas por toda a comunidade médico-científica mundial. Além disso, na condição de presidente, se negou a liderar o país no combate à pandemia.

O que acontece, agora, porém, é muito mais grave. O senhor presidente está querendo politizar a vacinação contra a covid-19 no Brasil. Tanto que o governador de São Paulo, João Dória e outros avaliam formar um consórcio de estados para garantir a distribuição da vacina CoronaVac, caso o Governo Federal resista a fornecer o imunizante através do SUS, conforme publicou a coluna Radar, da revista Veja.

A lentidão do Ministério da Saúde em formalizar acordos de distribuição dessa vacina, que é a primeira a chegar nessa etapa e cuja fase de testes termina no próximo dia 15, levanta nos governadores a suspeita de que o senhor ministro Eduardo Pazuello estaria atuando em nome de Bolsonaro para estimular entre os estados uma luta política pela vacina.

Segundo ainda a revista Veja, um governador disse: “Se Bolsonaro acha que transformará a vacina em uma guerra política está enganado. Se o governo não fornecer a vacina pelo SUS aos estados, nós o faremos. Não vamos deixar a população sem vacina por questões políticas”.

O governo de São Paulo lidera estudos com a potencial vacina produzida pela empresa chinesa Sinovac Biotech, parceria que já recebeu críticas de Jair Bolsonaro. Por outro lado, o Ministério da Saúde firmou parceria para compra e posterior produção local da vacina desenvolvida pelo laboratório britânico AstraZeneca. O presidente diz que essa vacina é diferente “daquela outra” que não vem tecnologia. Mas é mentira. A parceria para aquisição da vacina chinesa prevê sim a transferência de tecnologia. Sem contar que os acordos assinados pelo Brasil com a britânica AstraZeneca são, no mínimo estranhos. Para começo de assunto, se a vacina não der resultado, não haverá reembolso dos R$ 300 milhões pagos pelo governo. Além disso, ficou a cargo da empresa determinar quando acaba a pandemia no Brasil, conforme requerimento do deputado Alexandre Padilha (PT) que exige acesso a todos os acordos entre o governo e a multinacional.

Ataque nas redes sociais

Para além da lentidão do Ministério da Saúde no trato de uma questão que é crucial para a salvação das vidas de muitos brasileiros, a tentativa de provocar uma guerra política que pode atrasar a vacinação contra a covid-19 em muitos estados do país, se faz sentir em mais uma atuação criminosa dos robôs do Gabinete do Ódio nas redes sociais.

O governador de São Paulo, João Dória, já sentiu essa atuação na pele e reclamou. “Lamento profundamente ações de extremistas que utilizam as redes sociais e difundem informações falsas, mentirosas, agressivas e temerosas à população do Brasil, dizendo que a vacina (chinesa) produz efeitos colaterais, pode matar ou que não funciona”, disse o governador.

Assim é o governo de Jair Bolsonaro. Apoia ele, Braide.

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