segunda-feira, 5 de outubro de 2020

Bolsonaro compara negros a carne de porco e JM Cunha Santos é “fuzilado” nas redes sociais por apoiadores do presidente e de Eduardo Braide

JM Cunha Santos



“Esquerdopata desgraçado, mentiroso, filho da puta, bêbado, verme inútil”. Esses foram apenas alguns dos insultos cometidos contra o titular deste Blog, depois que reproduzi a asquerosa frase de Jair Bolsonaro, a mais terrível manifestação racista de que tive conhecimento nestes dois últimos séculos: “Fui num quilombo. O afrodescendente mais leve que tinha lá pesava 15 arrobas. Não fazem nada. Acho que não serve mais nem para procriar”. Arroba, se não sabem, é uma medida usada para pesar gado, inclusive gado suíno, porcos. E negros não são animais reprodutores, como bois e bodes, conforme deixa no ar a frase do presidente.

Disseram que eu menti, mas essa frase, assim como a que promete distribuir fuzis e armas para fazendeiros contra os índios, foi dita durante palestra de Jair Bolsonaro, em uma comunidade judaica do Rio de Janeiro, a Hebraica, e noticiada por toda a imprensa nacional. Se alguém duvida de que falo a verdade, é só acessar a imprensa na data de 5 de abril de 2017.

Em tempo: nessa mesma palestra, Bolsonaro prometeu uma arma de fogo em cada lar brasileiro. Já aumentou para quatro. Quatro armas de fogo em cada residência. E eu apenas me pergunto o que tal criatura pretende que aconteça neste país.  

O baixo nível das injúrias contra mim pode significar que um braço do Gabinete do Ódio ainda se mantém ativo no Maranhão, apesar dos processos na Justiça contra empresários, hackers, blogueiros e os Bolsonaros filhos do presidente. Talvez fosse melhor que o Ministério Público e a Polícia Federal investigassem essa possibilidade.

Mas houve insultos mais lights. O senador Roberto Rocha escreveu: “Infelizmente no Maranhão tem pouquíssimos jornalistas e muitos assessores de imprensa. Apesar de reconhecermos a capacidade profissional deste jornalista, não podemos deixar de admitir que ele atua como mais um assessor de imprensa.

Nada contra, se ele depende disso para comer e beber”.

Eu apenas respondi a ele: Pois é, digno senador...os jornalistas viram assessores de imprensa porque tem dono de veículo de comunicação que bebe tanto que esquece de pagar os funcionários.

Quanto à vinculação de Eduardo Braide com o presidente, ele é do Podemos, o principal partido da base de sustentação hoje de Jair Bolsonaro no Congresso Nacional e, como parlamentar, votou a favor de cerca de 60 % das matérias de interesse do Governo Federal.

Reitero aqui que jamais menti na imprensa e não vou começar agora. Do fundo do meu coração, eu até gostaria de não mais me envolver em batalhas políticas, que é toda uma vida em luta contra o poder, mas isso em que estão querendo transformar o meu país eu não posso assistir calado, seria indigno comigo, com minha mãe insultada na internet por bolsonaristas e com minha profissão.

É muito ódio o que vem de vocês. E o amor, conforme me ensinou um grande amigo, é matéria. Matéria que se move e luta para construir um melhor mundo e um ser humano melhor.

Chega de ódio, chega de racismo, chega de gente armada, pensem um pouco em Deus!

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