sexta-feira, 2 de outubro de 2020

Franklin Douglas é o melhor no debate, Braide desaparece, Rubens Junior destaca gestões de Flávio Dino e Edvaldo e pastor “cara de pau” jura que não tem corrupção no governo Bolsonaro

JM Cunha Santos

Um debate com 11 candidatos não permite a ninguém entrever onde, de fato, estão as melhores propostas e nem mesmo o nível de conhecimento e sinceridade de cada discurso. Mas foi um debate muito bem organizado e sem agressões mais graves. Afinal, estamos numa cidade bem mais civilizada que os Estados Unidos.

Lamentável foi o desfile de pobrezas. Teve gente que já dormiu no chão, que andou de ônibus, que dependeu de hospital público, que passou fome etc., uma velha apelação da política que já cansa o eleitor.

Educação, saúde e mobilidade urbana foram os temas mais discutidos o que, inevitavelmente, serviu para destacar as administrações do governador Flávio Dino e do prefeito Edivaldo Holanda Júnior.

Vou deixar aqui algumas impressões, diga-se de passagem, muito pessoais, sobre o debate.

Faltou voz e firmeza nas colocações do candidato Iglésio Moisés. O candidato Carlos Madeira deixou a impressão de que ainda não tem um plano de governo; foi discursivo e muito empolado. O candidato Duarte Junior foi excessivamente personalista, como se pretendesse governar a si mesmo e não à cidade de São Luís. Jeisael Max manteve sua postura de independência, mas falava rápido demais, querendo dizer muitas coisas ao mesmo tempo. Eduardo Braide, mais uma vez, escondeu o seu Bolsonaro de cada dia. Franklin Douglas teve uma ótima performance, embora falasse muito baixinho e tenha cometido a asneira de chamar Rubens Júnior de bolsonarista.

O candidato do PSTU, Hestz Dias, nacionalizou o discurso. Saiu-se bem, mas propôs o impraticável para um prefeito: transferir os hospitais privados da cidade para o SUS.

Ruben Júnior, Neto Evangelista e Bira do Pindaré, reafirmaram seus compromissos com a liderança do governador Flávio Dino, destacando os programas diversos que desenvolveram enquanto secretários de Estado. Neto Evangelista na Secretaria de Desenvolvimento Social, com os restaurantes populares; Rubens Júnior na Secretaria de Cidades com obras habitacionais e o Programa Cheque Minha Casa e Bira do Pindaré na Secretaria de Ciência e Tecnologia, com os Iemas. Iglésio Moisés defendeu ferrenhamente o prefeito Edivaldo Holanda Júnior e o programa São Luís em Obras e Rubens Júnior foi o mais incisivo nas citações sobre a grande trabalho realizado no Maranhão pelo governador Flávio Dino, se comprometendo, ainda, a dar seguimento às obras de Edivaldo que não forem concluídas.

Apareceu um pastor, Sílvio Antônio, vociferando contra a corrupção, como se ninguém soubesse o que está acontecendo com igrejas e autoridades evangélicas desde que Bolsonaro assumiu o poder. Os casos, por exemplo, do pastor Everaldo, do prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella, da pastora Flordelys e com a Igreja Universal do Reino de Deus, acusada de lavagem de dinheiro na ordem de R$ 6 bilhões. Esqueceu também as rachadinhas e os R$ 7,5 milhões doados por uma empresa para combate à covid-19 e desviados por Michelle Bolsonaro.

Foi apenas o primeiro debate e serviu para que cada candidato marcasse sua posição política, menos Eduardo Braide cuja participação mais visível foi elogiar uma administração imaginária de sua candidata a vice.

Quanto a planos de governo, o melhor que os candidatos fazem é distribuí-los à população e destaca-los na propaganda eleitoral gratuita da televisão. Com tantos candidatos num debate, as propostas e programas se esvaziam em meio aos discursos.

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