quarta-feira, 21 de outubro de 2020

Quanto ódio! Bolsonaro dá a impressão de que não quer vacinar os brasileiros contra o coronavírus

“A saúde é um bem maior que disputas ideológicas e eleitorais”. (Flávio Dino, governador do Maranhao).

“Quando tiver a vacina, nós vamos compra-la de imediato. Pode ser em outros país”. (Rubens Júnior, deputado federal e candidato a prefeito de São Luís).

JM Cunha Santos


Ao cancelar a compra pelo Ministério da Saúde de 46 milhões de doses da vacina chinesa Coronavac, o presidente Jair Bolsonaro só reforça o quanto é movido por ódio político, não importando a quem nem a quantos esse ódio possa atingir.

É o mesmo presidente que fez de tudo para que não houvessem a quarentena e o distanciamento social como forma de resguardar a população do contágio do patógeno viral que já matou mais de 150 mil de brasileiros. Se os governadores e o povo não tivessem garantido a quarentena, este número de óbitos estaria, no mínimo, triplicado no país.

Que importância tem se a vacina vem da China, de Júpiter ou da lua, se ela puder evitar que o vírus continue matando pessoas aos milhares no Brasil?

Bolsonaro chegou a sugerir que o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, é um traidor e dizer que é outro que já está querendo aparecer demais. Isso indica que o general é mais um que não ficará muito tempo à frente do MS, embora Pazuello tenha se acovardado e desfeito tudo o que fez no dia anterior durante reunião com os governadores. E todos sabem o quanto é prazeroso para Bolsonaro humilhar as patentes que um dia o expulsaram do Exército.  

Evidente que a decisão provocou reações de todos os setores da sociedade. O diretor-presidente da Anvisa, Antônio Barras Torres declarou que não importa o local de origem da vacina, mas a sua qualidade. O Instituto Butantan, que há mais de um século produz e distribui vacinas contra doenças diversas no Brasil, revelou em nota sua surpresa e indignação com a atitude do presidente. O Partido Rede Sustentabilidade vai ajuizar ação no Supremo Tribunal Federal para tornar obrigatória a compra e a distribuição de vacinas aprovadas pela Anvisa. E o diretor adjunto da Anvisa, Juvenal de Sousa Brasil declarou que “Não existe interferência política na Anvisa, que é um órgão de estado, não de governo”.

No Maranhão, as reações vieram do governador Flavio Dino e do deputado federal Rubens Júnior. Segundo Flávio Dino, “Bolsonaro quer fazer a guerra das vacinas, ele só pensa em palanque e guerra”. E acrescentou que “Nenhum brasileiro quer uma nova guerra na Federação, mas os governadores irão ao Congresso Nacional e ao Poder Judiciário para garantir acesso da população a todas as vacinas que forem seguras. A saúde é um bem maior que disputas ideológicas e eleitorais”.

O deputado federal Rubens Júnior, atualmente candidato a prefeito de São Luís, além de desafiar o candidato de Jair Bolsonaro, Eduardo Braide, a se posicionar sobre a polêmica da vacina, reafirmou em entrevista aos apresentadores Jhon Cutrim e Adalberto Melo, da TV Difusora: “Quando tiver a vacina, nós vamos compra-la de imediato. Pode ser em outros país”.

Esse irrespirável posicionamento do presidente Jair Bolsonaro acontece num momento em que o mundo inteiro treme diante de uma segunda onda de covid-19 na Europa, o que a Ciência mostra que também pode acontecer aqui e em qualquer outro país.

A impressão que fica é que assim como foi contra a quarentena e o isolamento social, Bolsonaro também é contra a vacinação do povo brasileiro. É muita crueldade!

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