“A saúde é um bem maior que disputas ideológicas e eleitorais”. (Flávio Dino, governador do Maranhao).
“Quando
tiver a vacina, nós vamos compra-la de imediato. Pode ser em outros país”.
(Rubens Júnior, deputado federal e candidato a prefeito de São Luís).
JM
Cunha Santos
Ao
cancelar a compra pelo Ministério da Saúde de 46 milhões de doses da vacina
chinesa Coronavac, o presidente Jair Bolsonaro só reforça o quanto é movido por
ódio político, não importando a quem nem a quantos esse ódio possa atingir.
É
o mesmo presidente que fez de tudo para que não houvessem a quarentena e o distanciamento
social como forma de resguardar a população do contágio do patógeno viral que
já matou mais de 150 mil de brasileiros. Se os governadores e o povo não
tivessem garantido a quarentena, este número de óbitos estaria, no mínimo, triplicado
no país.
Que
importância tem se a vacina vem da China, de Júpiter ou da lua, se ela puder
evitar que o vírus continue matando pessoas aos milhares no Brasil?
Bolsonaro
chegou a sugerir que o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, é um traidor e
dizer que é outro que já está querendo aparecer demais. Isso indica que o
general é mais um que não ficará muito tempo à frente do MS, embora Pazuello
tenha se acovardado e desfeito tudo o que fez no dia anterior durante reunião
com os governadores. E todos sabem o quanto é prazeroso para Bolsonaro humilhar
as patentes que um dia o expulsaram do Exército.
Evidente
que a decisão provocou reações de todos os setores da sociedade. O
diretor-presidente da Anvisa, Antônio Barras Torres declarou que não importa o
local de origem da vacina, mas a sua qualidade. O Instituto Butantan, que há
mais de um século produz e distribui vacinas contra doenças diversas no Brasil,
revelou em nota sua surpresa e indignação com a atitude do presidente. O
Partido Rede Sustentabilidade vai ajuizar ação no Supremo Tribunal Federal para
tornar obrigatória a compra e a distribuição de vacinas aprovadas pela Anvisa.
E o diretor adjunto da Anvisa, Juvenal de Sousa Brasil declarou que “Não existe
interferência política na Anvisa, que é um órgão de estado, não de governo”.
No
Maranhão, as reações vieram do governador Flavio Dino e do deputado federal
Rubens Júnior. Segundo Flávio Dino, “Bolsonaro quer fazer a guerra das vacinas,
ele só pensa em palanque e guerra”. E acrescentou que “Nenhum brasileiro quer
uma nova guerra na Federação, mas os governadores irão ao Congresso Nacional e
ao Poder Judiciário para garantir acesso da população a todas as vacinas que
forem seguras. A saúde é um bem maior que disputas ideológicas e eleitorais”.
O
deputado federal Rubens Júnior, atualmente candidato a prefeito de São Luís, além
de desafiar o candidato de Jair Bolsonaro, Eduardo Braide, a se posicionar
sobre a polêmica da vacina, reafirmou em entrevista aos apresentadores Jhon
Cutrim e Adalberto Melo, da TV Difusora: “Quando tiver a vacina, nós vamos
compra-la de imediato. Pode ser em outros país”.
Esse
irrespirável posicionamento do presidente Jair Bolsonaro acontece num momento
em que o mundo inteiro treme diante de uma segunda onda de covid-19 na Europa,
o que a Ciência mostra que também pode acontecer aqui e em qualquer outro país.
A
impressão que fica é que assim como foi contra a quarentena e o isolamento social,
Bolsonaro também é contra a vacinação do povo brasileiro. É muita crueldade!
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