É, minha gente, como mente esse presidente, mente tanto, tanto mente, que ele mesmo se desmente.
JM
Cunha Santos
Nada
menos que 9 mil quilômetros quadrados de floresta foram derrubados na Amazônia
em apenas 12 meses, entre 2019 e 2020, os dois primeiros anos do governo
Bolsonaro. É uma área equivalente a 6 vezes o tamanho do município de São Paulo.
Consequência pura e simples do desmantelamento das políticas ambientais e
enfraquecimento dos órgãos de fiscalização ambiental do país.
Esse
governo está conseguindo triturar a maior floresta tropical do planeta, o
chamado pulmão do mundo, pois a previsão é chegar a 13 mil quilômetros
quadrados de desmatamento ainda este ano.
E
Bolsonaro foi à Cúpula do Clima mentir que pretende reduzir o desmatamento
ilegal e as emissões de gás carbono, pois todas as suas decisões até agora são em
sentido contrário. Não vamos esquecer que Jair Bolsonaro praticamente legalizou
a grilagem ao editar, em 2019, Medida Provisória que facilita a concessão de
títulos de propriedade para quem ocupar terras públicas, beneficiando quem
invadiu terras e desmatou até dezembro de 2018. A mesma MP permite a ocupação
de áreas de até 1.400 hectares no estado do Amazonas sem vistoria.
Foi
o sinal. O desmatamento ilegal, a especulação imobiliária da terra e a grilagem
avançaram sem dó nem piedade sobre a Amazônia auferindo lucros incalculáveis,
destroçando a floresta e também a imagem do Brasil mundo afora.
Como
é sabido, este governo retém R$ 3 bilhões de reais do Fundo Amazônia o que
paralisa as ações de preservação da floresta, desde que Bolsonaro assumiu o
governo. E nos anos de 2019 e 2020 a floresta amazônica e o Pantanal queimaram impiedosamente
para garantir limpezas de pastagens, de material de desmatamento e abertura de
estradas. O Pantanal chegou a registrar 15 mil focos de incêndio, o maior
número desde 1988. Segundo a Fundación Amigos de la Natureza, a área afetada
por incêndios em todo o Pantanal em julho de 2020 cobria 768 mil hectares, dos
quais 534 mil (70%) no Brasil.
A
floresta Amazônica, por seu lado, torrou em 89.176 focos de calor em 2019 e
89.604 até outubro de 2020. À época, Bolsonaro disse, durante solenidade de
formatura de novos diplomatas no Instituto Rio Branco, que convidaria
diplomatas estrangeiros para visitar a floresta amazônica. “Eles não vão ver
nada queimando ou sequer um hectare de terra devastada”, garantiu. Mentia na
cara dos fatos, mentia enquanto a Amazônia e o Pantanal queimavam e a grande
maioria dos líderes mundiais exigia providências urgentes do Brasil.
Agora,
mais uma vez, faz do Brasil motivo de chacota, com um discurso em que nem mesmo
ele crê. É tão escandalosa essa política ambiental que favorece o desmatamento
que o ex-delegado da Polícia Federal do Amazonas apresentou Notícia-Crime no
STF contra o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles que, junto com o senador
Telmário Miranda e Eduardo Dubim, presidente do Ibama, estariam intervindo em
desfavor da operação da Polícia Federal que fez a maior apreensão de madeira
ilegal da história.
Chega
a doer a imagem de 200 mil metros cúbicos de madeira, no valor de R$ 129
milhões estendidos no chão, denunciando, por si só, o assassinato da floresta
amazônica.
No
dia seguinte à denúncia, o delegado Saraiva estava demitido. E essa é a política
ambiental de Jair Bolsonaro que ele mesmo desmentiu na Cúpula do Clima.
É,
minha gente, como mente esse presidente, mente tanto, tanto mente, que ele
mesmo se desmente.
Nenhum comentário:
Postar um comentário