sábado, 24 de abril de 2021

9 mil quilômetros quadrados da floresta amazônica foram derrubados em 12 meses do governo Bolsonaro; ele mentiu na Cúpula do Clima

É, minha gente, como mente esse presidente, mente tanto, tanto mente, que ele mesmo se desmente.

JM Cunha Santos


Nada menos que 9 mil quilômetros quadrados de floresta foram derrubados na Amazônia em apenas 12 meses, entre 2019 e 2020, os dois primeiros anos do governo Bolsonaro. É uma área equivalente a 6 vezes o tamanho do município de São Paulo. Consequência pura e simples do desmantelamento das políticas ambientais e enfraquecimento dos órgãos de fiscalização ambiental do país.

Esse governo está conseguindo triturar a maior floresta tropical do planeta, o chamado pulmão do mundo, pois a previsão é chegar a 13 mil quilômetros quadrados de desmatamento ainda este ano.

E Bolsonaro foi à Cúpula do Clima mentir que pretende reduzir o desmatamento ilegal e as emissões de gás carbono, pois todas as suas decisões até agora são em sentido contrário. Não vamos esquecer que Jair Bolsonaro praticamente legalizou a grilagem ao editar, em 2019, Medida Provisória que facilita a concessão de títulos de propriedade para quem ocupar terras públicas, beneficiando quem invadiu terras e desmatou até dezembro de 2018. A mesma MP permite a ocupação de áreas de até 1.400 hectares no estado do Amazonas sem vistoria.

Foi o sinal. O desmatamento ilegal, a especulação imobiliária da terra e a grilagem avançaram sem dó nem piedade sobre a Amazônia auferindo lucros incalculáveis, destroçando a floresta e também a imagem do Brasil mundo afora.

Como é sabido, este governo retém R$ 3 bilhões de reais do Fundo Amazônia o que paralisa as ações de preservação da floresta, desde que Bolsonaro assumiu o governo. E nos anos de 2019 e 2020 a floresta amazônica e o Pantanal queimaram impiedosamente para garantir limpezas de pastagens, de material de desmatamento e abertura de estradas. O Pantanal chegou a registrar 15 mil focos de incêndio, o maior número desde 1988. Segundo a Fundación Amigos de la Natureza, a área afetada por incêndios em todo o Pantanal em julho de 2020 cobria 768 mil hectares, dos quais 534 mil (70%) no Brasil.

A floresta Amazônica, por seu lado, torrou em 89.176 focos de calor em 2019 e 89.604 até outubro de 2020. À época, Bolsonaro disse, durante solenidade de formatura de novos diplomatas no Instituto Rio Branco, que convidaria diplomatas estrangeiros para visitar a floresta amazônica. “Eles não vão ver nada queimando ou sequer um hectare de terra devastada”, garantiu. Mentia na cara dos fatos, mentia enquanto a Amazônia e o Pantanal queimavam e a grande maioria dos líderes mundiais exigia providências urgentes do Brasil.

Agora, mais uma vez, faz do Brasil motivo de chacota, com um discurso em que nem mesmo ele crê. É tão escandalosa essa política ambiental que favorece o desmatamento que o ex-delegado da Polícia Federal do Amazonas apresentou Notícia-Crime no STF contra o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles que, junto com o senador Telmário Miranda e Eduardo Dubim, presidente do Ibama, estariam intervindo em desfavor da operação da Polícia Federal que fez a maior apreensão de madeira ilegal da história.

Chega a doer a imagem de 200 mil metros cúbicos de madeira, no valor de R$ 129 milhões estendidos no chão, denunciando, por si só, o assassinato da floresta amazônica.

No dia seguinte à denúncia, o delegado Saraiva estava demitido. E essa é a política ambiental de Jair Bolsonaro que ele mesmo desmentiu na Cúpula do Clima.  

É, minha gente, como mente esse presidente, mente tanto, tanto mente, que ele mesmo se desmente.

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