JM Cunha Santos
Por
impulso
me deito
nas margens do céu
e me
cubro com lençóis de palha
Minha
reserva de lágrimas está no fim
e eu já
esqueço antes
quem
ainda vai morrer hoje
Deus
passeia de bicicleta
com uma
sacola cheia de pedidos de socorro
O mundo
morre, o Brasil morre
enquanto
tomo minha vacina de nuvens
Preciso
de um amigo vivo!
grito
para um Deus ocupado
em
separar almas boas e ruins
Mas na
tela do meu celular surge outro corpo
e outro e
mais outro e são tantos
que
pergunto se algum deles não é meu
Mas não,
eu ainda estou aqui:
ninguém
veio ao meu enterro
somente aquela moça com vontade
de fazer alguém feliz
Nenhum comentário:
Postar um comentário