JM Cunha Santos
Há
alguma coisa de luminosidade no projeto “Auxílio Cuidar”, proposto pelo
governador Flávio Dino e aprovado em sessão híbrida à unanimidade dos senhores
deputados à Assembleia Legislativa do Maranhão.
Destinando
R$ 500 por mês a crianças e adolescentes que no Maranhão perderam pai e mãe
para a pandemia de covid-19, até o alcance da maioridade civil, o projeto do
Poder Executivo revela a grandeza da política de justiça social hoje praticada
no Estado ao reafirmar o direito à vida e à saúde, prioridades sancionadas a
cada gesto coletivo do governo do Maranhão.
De
inspiração superlativamente divina, a exemplo da “Casa de Apoio Ninar”, o
“Auxílio Cuidar”, nas palavras do governador Flávio Dino, “Veio para amparar
essas crianças e adolescentes que por conta dessa trágica crise sanitária
ficaram em situação de orfandade completa bilateral”.
De
imediato, o projeto ganhou o apoio do presidente da Assembleia Legislativa do
Maranhão, deputado Othelino Neto, para quem “O benefício possui um elevado
valor social, uma vez que, segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada
(Ipea), 45 mil crianças e adolescentes perderam pai e mãe para a pandemia no
Estado. Trata-se de “Um instrumento de amparo que oferece às crianças e
adolescentes uma condição a mais de ter o seu sustento provido”, acrescentou
Othelino Neto.
Com
mais de 530 mil mortos por covid-19 no Brasil, o projeto do governo do Maranhão
nos leva a pensar em quantos são os órfãos da República bolsonarista frente à
pandemia, tratada pelo governo federal a golpes de negacionismo, incompetência
e corrupção nas transações comerciais para aquisição de vacinas.
É
de se perguntar quantas mortes poderiam ter sido evitadas e, consequentemente,
quanto menor seria o número de órfãos, se o governo federal obedecesse aos
protocolos sanitários emitidos pela Ciência, estimulasse o povo a cumprir o
distanciamento social, o uso de máscaras, adquirisse vacinas em tempo hábil,
não inventasse curas milagrosas contra um vírus que, como todo vírus, só pode
ser vencido por imunizantes, nunca por infusões alquímicas produzidas por um
coletivo de charlatães.
O
exemplo do Maranhão se tem por inolvidável no trágico histórico dessa pandemia,
mas é ilusório achar que o governo Jair Bolsonaro, lacrado internacionalmente
como genocida, venha a se preocupar com os órfãos, já que sempre fez pouco caso
do número de mortos da pandemia no Brasil.
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