terça-feira, 20 de outubro de 2009

Poesia:
Cascas

JM Cunha Santos

Teresa e Sandra

usavam a mesma boca

na hora do amor

o mesmo sêmen

o mesmo sangue

a mesma vagina

e a mesma virgindade


Teresa se pendurava em fachos de luz

Sandra gostava de dólares


Ambas consumiam homens

e carne moída

mulheres e algodão doce


Teresa nasceu de madrugada

Sandra não nasceu.

Não nasceu nunca.

Caiu de um ferimento

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