JM Cunha Santos

OS VENDILHÕES DO PÚLPITO

JM CUNHA SANTOS

A conversão presbiteriana com fins eleitorais é um fato irrefutável da política brasileira nos dias de hoje. Mas o debate que se coloca neste momento é muito mais institucional: a verdadeira “corrida armamentista” entre os carismáticos da igreja católica e pentecostais e neo-pentecostais na disputa por cargos no Congresso Nacional.

Defendendo sempre a bandeira da moralização dos costumes, os evangélicos participam da política sem formar partidos, sem se posicionar em torno de qualquer agremiação existente, conforme constata o cientista político Tiago Borges, da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências da USP. Mas até que ponto a participação dos evangélicos na política tem sido moralizadora? É mais saudável a evangelização da política ou a politização dos evangélicos?

A resposta a essas perguntas parece enfrentar a própria Bíblia que em princípio combate o desvio de verbas, o roubo, o homicídio e a injustiça social em todas as suas formas. O que não muda o fato de que em 2004 oitenta por cento dos evangélicos foi às urnas nos Estados Unidos votar pela reeleição de George Bush, o mais belicista dos presidentes americanos nos últimos tempos e responsável direto por um sem número de genocídios.

O objetivo inicial de uma candidatura evangélica seria, normalmente, intervir de forma direta na vida privada, elegendo temas caros às religiões de um modo geral como inviolabilidade do casamento, família, aborto, sexualidade etc; enfrentar, por exemplo, propostas como a discriminalização da maconha, a regulamentação da profissão de prostituta ou o casamento entre homossexuais, do líder do Partido Verde, Fernando Gabeira.

Inclusões pentecostais na igreja católica como o Movimento de Renovação Carismática, Movimento Pró-Vida e o progressivo Canção Nova têm características extremamente conservadoras e grande representação no Parlamento; representação que pretendem ver aumentada em 2010 com a força alienadora das 472 concessões de rádio e tevê da Rede Vida. O monopólio de meios de comunicação é a grande arma de evangélicos e católicos na busca do voto popular nas próximas eleições, conforme reportagem da revista Carta Capital. Estaríamos diante de um Novo tipo de coronelismo: o coronelismo eletrônico religioso.

A política, durante muito tempo, foi um monopólio da igreja católica. Mas essa hegemonia está ameaçada pela vinculação quase total dos votos dos evangélicos à escolha do pastor: o voto cego. Diz Maria das Dores Campos Machado, doutora em Sociologia Política e Religião: “nem o Estado, nem os movimentos sociais, nem o sindicato, nem os movimentos de associações de bairros têm acesso a esse público. Não agem junto ao segmento evangélico”. O debate político-eleitoral, portanto, fica circunscrito às informações transmitidas pelo pastor.

O DEMÔNIO NO CONGRESSO

Desvios conseqüentes dessas incursões políticas têm incomodado líderes de muitas igrejas nas diversas denominações. O Blog “Sul do Pará em Cristo”, coordenado pelo presbítero da Igreja Presbiteriana de Marabá, Dr. Valdinar Monteiro de Souza, condena os evangélicos que fazem de sua religião e de sua fé uma bandeira eleitoral, provocando uma subversão que encara eleitores como ovelhas e transforma Deus em cabo eleitoral.

Verberando sobre quem cairá a ira divina no caso dos que não votarem nos indicados pela igreja e prometendo milagres em troca de votos, estes homens estariam oferecendo o púlpito em troca do poder estatal. Como diz André Petry, considerado polemista das religiões, algumas campanhas se transformam numa “perigosa mistura do que há de mais demagógico e paternal na política com o que há de mais temeroso e fatalista na fé”. Realmente tem sido desastrosa no planeta a presença de homens que fazem política se julgando representantes de Deus na Terra, como, por exemplo, George Bush e Osama bin Laden.

Embora as exigências do regime democrático assegurem a participação de todos no processo político do país e apesar da cruzada moralizadora das bancadas evangélicas no Congresso, não tem sido muito salutar para a ética religiosa essa presença. Entre os 90 parlamentares notificados pela CPI dos Sanguessugas, acusados de envolvimento com esquemas de vendas de ambulâncias superfaturadas, 30 bispos, pastores e obreiros pertenciam à Frente Parlamentar Evangélica, quase a metade dos 62 representantes. Dezessete dos 18 deputados da Igreja Universal do Reino de Deus e 9 da Assembléia de Deus estavam nessa lista. Os restantes pertenciam às Igrejas Quadrangular, Internacional da Graça e Batista. Os direta e indiretamente ligados à Igreja Católica são muito mais. E entra na disputa uma terceira dissidência da Igreja Universal, a Igreja Mundial do Reino de Deus que está fazendo Sílvio Santos arrancar os cabelos pela facilidade com que se assenhora de repetidoras do SBT.

Há casos de políticos evangélicos envolvidos com o Escândalo do Orçamento e, mais particularmente, o do Bispo Carlos Rodrigues, presente em quase todos os escândalos e apontado como um dos articuladores do Mensalão.

A resposta a esses desvios divinos é de fazer rir a um frade de pedra. Algumas igrejas pregam que a presença do demônio é tão forte no Congresso que até homens de Deus sucumbem. Em vista disso, é preciso enviar homens mais fortes e em maior quantidade para o Congresso Nacional.

Tratados como “Vendilhões do Púlpito”, estes homens precisam dar respostas mais sadias aos seguidores de sua fé. Ninguém hoje pode afirmar nem desmentir se, em se envolvendo na política, as igrejas estão ganhando ou perdendo almas.

UMA MENSAGEM Á JUVENTUDE – ESCOLHA

entre os bandidos e os justos

entre a paz e a violência

entre a polícia e a procissão

entre a escola e a cadeia

entre a tranqüilidade e o pesadelo

entre a cama e o chão

entre os sonhos e as alucinações

entre o pânico e a segurança

entre a clínica e a igreja

entre o ódio e o amor

entre o emprego e o desemprego

entre a saúde e a doença

ENTRE SUA CASA E A BOCA DE FUMO.

MAS ESCOLHA RÁPIDO. VOCÊ NÃO TEM MUITO TEMPO.

SPAMS – AS MENSAGENS INDESEJADAS

Só para provocar

“O governo Roseana começa quando se acessa o blog do Décio Sá e termina quando se acessa o blog do Cunha Santos”.

Eleições para todos

Não com a mesma força dos evangélicos e dos carismáticos da Igreja Católica, que disputam vagas nas Câmaras de Vereadores, Assembléias, Câmara Federal e Senado, facções criminosas do Rio e São Paulo se organizam para disputar as eleições de 2010. Mas não sei se se pode chamar isso de exemplo de democracia.

Síndrome de Jerusalém

Quem visitar a mais histórica e cristã de todas as cidades do mundo pode deparar, entre o Muro das Lamentações, a Via Dolorosa e o Santo Sepulcro, com João Batista, Maria Madalena, Moisés, Abrahão e outros personagens bíblicos redivivos.

Trata-se da Síndrome de Jerusalém que em 2008 já levou para o Hospital Psiquiátrico Kfar Shaul na menos que 470 vítimas. Eles vestem túnicas da época, não podem ser contrariados sob efeito da Síndrome e quando curados lembram com detalhes o que aconteceu.

Barbárie

Explodir mulheres com Síndrome de Down e outras deficiências mentais é uma das táticas terroristas da Al Quaeda. Inocentemente, elas são levadas a carregar bolsas cheias de explosivos em lugares muito freqüentados até que a carga é acionada por controle remoto. Em nome de Deus.

Barbárie 2

Traficantes mataram uma criança, retiraram seus órgãos intestinais e a encheram com papelotes de cocaína e outras drogas, segundo um vídeo que circula na Internet. Os monstros foram presos e o vídeo mostra o momento em que a droga era retirada de dentro da criança.

O fim do mundo

O cientista sênior do Instituto de Astrobiologia da NASA, David Morrison, criticou os produtores da Sony por uma campanha de marketing, em torno de um filme, que sugere que o mundo acabará em 2012.

A página é de uma organização chamada Instituto da Continuidade Humana e prevê um cataclisma atingindo a terra daqui a três anos. A cidade de Los Angeles seria engolida pelas águas do mar.

O cientista recebeu mais de 1000 e-mails de adolescentes ameaçando suicídio.

Vade retro, Satanás!