JM Cunha Santos
A frase pode parecer herética para os mais religiosos, posto que à vontade da Bíblia os corruptos de todos os gêneros também haverão de arder no fogo do inferno. Mas não tem outra. Não diante da constatação feita por pesquisa do delegado Gustavo Schneider, do Rio Grande do Sul, de que 80% dos crimes comunicados à Polícia Federal não são resolvidos.
Os motivos são problemas na própria investigação, a eterna morosidade da Justiça e até a trituração em vários inquéritos de crimes cometidos por uma mesma organização criminosa.
Schneider defende a tese de que as autoridades policiais devem ter maior independência para atuar com isenção em relação a processos políticos. Vejam bem: isenção às injunções governamentais de ocasião. “Nossas polícias judiciárias, tal como o Ministério Público e o Poder Judiciário tem de ser instituições de Estado e não de Governo”, diz o delegado.
A frase deixa percevejos zunindo na cabeça. Mesmo porque, sem querer apressar o debate, a julgar por decisões tomadas pela Justiça brasileira ultimamente, o delegado está cheio de razão. A corrupção é um crime processualmente protegido.
No Rio Grande do Sul, de 217 infrações previdenciárias que foram parar na Polícia no ano de 2004, apenas 77 haviam recebido sentença judicial até o ano de 2007. Destas, 61 foram arquivadas e 14 resultaram em absolvição. Apenas dois réus foram condenados e vai ver eram piabinhas em águas cheias de tubarões.
Schneider nem precisava dizer do total desinteresse no Brasil de que a polícia priorize casos de relevante interesse social como, por exemplo, o imbróglio financeiro-cultural da Petrobrás com a Fundação José Sarney.
Já basta que crimes de colarinho branco, contra a Ordem Econômica, contra a Ordem Tributária quase sempre correm em segredo de Justiça e os atores, também quase sempre, têm direito a foro privilegiado. E bota privilegiado nisso!
Com tanta legislação e tráfico de influência a favor da impunidade, os corruptos podem continuar dizendo: Corruptos, graças a Deus.
Às vítimas, todos nós, sobra, entretanto uma fala: “Pai, não perdoai-os porque eles sabem o que fazem”.
JM.
ResponderExcluirA gente nem sabe mais como reagir ante tantos desvios de carater. Não são só meia duzias de individuos que não tem ética, é o sistema todo que esta corrupto. E não acho que as autoridades policiais devam ter mais independencia, pois ai também mora o perigo, o que precisa é de um lider capacitado e que ame a Patria para acabar com a imunidade parlamentar e a impunidade dos tubarões que se safam de tanto alterar processos com ajuda de advogados que enriquecem rapidinho,pagos naturalmente com o dinheiro de nossos impostos.
bjs