sábado, 12 de dezembro de 2009

AS AVENTURAS DO DETETIVE FROXÔ
JM Cunha Santos


EPISÓDIO DE HOJE:
O Troféu




A governadora estava insípida, arrogante, irritada e irritante, dando patadas na lua.

- Troféu, ei troféu. Te move, troféu. Aqui estão as cuecas e as meias. Cuida de distribuir esses panetones em Bacabeira, Rosário e nas sedes dos diretórios municipais todos do PT. Se o presidente Lula de fato vier eu não vou apresentar a ele um troféu de segunda categoria. Quero apresentar um troféu de vencedor.

- Mas governadora, se ele vier não dá pra disfarçar, pra eu não aparecer nos encontros, pra fazer tudo na moita?

- Cala a boca, Troféu, que troféu não fala, troféu desfila. Troféu se deixa levar de um lado para outro. Se eu não tiver um troféu como vou provar ao presidente que tenho votos para dar à Dilma, que posso vencer essas eleições sem recorrer aos tribunais. Se eu não tiver um troféu, o presidente fecha as torneiras e aí... De onde é que tu acha que está vindo o dinheiro para comprar tua eleição? Menina, secretária, sei lá, me traz aqui o detetive Froxô. Quero falar com ele pessoalmente.

Froxô entrou cabisbaixo, olhando para aquele homem que vira nas portas das fábricas, enfrentando policiais e jagunços em defesa de lavradores, pregando a ética na política, denunciando os corruptos do Maranhão.

- Froxô, froxôzinho, preciso que me ajude. – A governadora mudou totalmente o tom autoritário. “Quero que contrate homens armados, de fuzis, escopetas e metralhadoras para dar segurança ao meu candidato à presidência do Partido dos Trabalhadores, ao meu troféu”.

Assim Froxô fez, protegendo aquele homem apavorado que, abraçado a seus companheiros de CNB, dinheiro derramando pelas cuecas, orava constantemente: “Sarney nosso que estás nos céus, santificado seja o vosso nome, venha a nós o vosso reino”...

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