JM Cunha Santos
...e os professores estão em greve, o Sindicato dos Policiais Civis anuncia uma nova paralisação e ninguém disse ainda aonde foram parar R$ 800 milhões em empréstimos feitos pelo governo do Estado ao BNDES.
E uma nova fuga em massa de presos em Timon evidencia ainda mais a fragilidade do Sistema Estadual de Segurança. Só que desta vez todo mundo manteve a cabeça no lugar.
E o governo fez aprovar na Assembléia uma Medida Provisória que provisoriamente adia os concursos públicos por quatro anos. E depois de não dizer o que fez com R$ 800 milhões pedidos ao BNDES, o governo vai à presidente Dilma pedir mais R$ 780 milhões.
E a presidente da Fundação de Amparo á Pesquisa do Estado do Maranhão não responde que pesquisas foram feitas por ex-prefeitos e funcionários da vice-governadoria que tanta importância têm para o avanço das ciências interplanetárias.
E o senhor secretário-chefe da Casa Civil, homem forte do governo, disse que a greve dos professores é boa para economizar água e energia elétrica. Falta de respeito? Não. Falta d’água, falta de luz, falta de lucidez.
E enquanto o governo decreta o fim do concurso público, a Polícia Federal esbarra em habeas corpus preventivos que impedem a prisão de acusados de se apropriarem de dinheiro dos assentamentos do INCRA. “Mas é carnaval, nem me diga mais quem é você, amanhã tudo volta a normal”.
E, por mais incrível que pareça, o governo resolve retirar dinheiro dos presídios maranhenses. Mas, sendo assim, como é que eles vão pagar o transporte de cabeças ao paraíso?
É carnaval, mas quando eu tento botar meu bloco na rua, um jornalista amigo meu avisa que a Bandida está solta e me convida a comemorar. Comemorar o quê?
Não postarei um comentário, porém transcreverei um trecho de "AS FARPAS",do Eça de Queiroz, escrito em 1871, mas que retrata sob medida a realidade desse Estado.
ResponderExcluir"O ESTADO PERDEU A CONSCIÊNCIA MORAL. NÃO HÁ PRINCÍPIO QUE NÃO SEJA DESMENTIDO NEM INSTITUIÇÃO QUE NÃO SEJA ESCARNECIDA. A CLASSE MÉDIA ABATE-SE NA IMBECILIDADE E NA INÉRCIA. O POVO ESTÁ NA MISÉRIA. OS SERVIDORES PÚBLICOS ABANDONADOS NUMA ROTINA DORMENTE. A IGNORÂNCIA PESA SOBRE O POVO COMO UM NEVOEIRO. O NÚMERO DE ESCOLAS É DRAMÁTICO. A INTRIGA POLÍTICA ALASTRA-SE POR SOBRE A SONOLÊNCIA ENFASTIADA DO ESTADO. NÃO É UMA EXISTÊNCIA; É UMA EXPIAÇÃO. DIZ-SE POR TODA PARTE: O ESTADO ESTÁ PERDIDO!"
Talvez fosse o caso, amgo Joaquim, de invocarmos as figuras mais clássicas da literatura brasileira para explicar o que acontece no Maranhão, com um governo muito mais ocupado em tratar de intrigas políticas que da administração pública. Valeu o comentário!
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