sábado, 27 de agosto de 2011

ESTRAMBOTOS

JM Cunha Santos

1 – ELLEN ROSE


Não vi se era minha a alma que passava

quando entornou-se o cálice de vinho

mas vi um grito meu, rouco e sozinho

que em torno de Ellen Rose sufocava



a alma que sem dono reclamava

um corpo para a alma em desalinho

e à falta de um sopro de carinho

negando o corpo a alma me tomava



Em Ellen a rosa Rose se arrastava

cheirando a pó de arroz e sal de arminho

de tanto ser-se alma, a alma tropeçava



de tanto ser só corpo era sozinho:

juntada ao corpo a alma se soltava

em longo e louco amor pelo caminho



2 – ALINE


A carne parda em golfos de luz tensa

sacia-se morena entre notícias

qual mártires cansados de sevícias

seu riso obriga a todos que se vença



o amor disparatado de uma imprensa

sedenta nos seus olhos de carícias

e gasto-me a sonhar impudicícias

como se fora ela a minha crença



É a Rosa Separada mais intensa

que Pablo protegeu em sua malícia

é um fado a ser cantado com a perícia



do menestrel que toca em lira pensa

ao ver que sua pele em desavença

é um puro despudor em vã delícia

Um comentário:

  1. Muito boa sua poesia. Sua musa deve ser muito satisteifeta por ter alguém que a admira tanto ao seu lado. Parabéns!!!

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