terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Barbosa da Dimensão Engenharia e Motinha da Sinduscon seriam os empresários do esquema de propina na Assembléia.

JM Cunha Santos

O deputado Stênio Rezende não teria ficado sozinho com os 1 milhão e 500 mil reais que seriam para distribuir entre 30 parlamentares, conforme foi a suspeita inicial, para aprovação do projeto que permitiu a derrubada de babaçuais em áreas urbanas do Maranhão para dar mais espaço à construção civil.

São cada vez mais fortes os comentários de que outros 6 parlamentares tiveram acesso ao dinheiro, sendo R$ 100 mil reais para cada um. Stênio teria se apropriado de “apenas” 900 mil reais. Um nome citado entre os que teriam recebido R$ 100 mil é o do deputado Rigo Teles.

Já se sabe também que o deputado estadual cobrado durante uma viagem por um empresário se havia recebido R$ 50 mil ou não para aprovar o projeto foi Rogério Cafeteira, o homem que jogou merda no ventilador e entregou a denúncia a um blog local.

Alguns deputados já não escondem os nomes dos empresários que agenciaram os parlamentares, os homens da mala preta, encarregados de entregar o dinheiro da propina. São eles, Barbosa, da Dimensão Engenharia e João Alberto Mota, o Motinha, da Sinduscon.

Enquanto crescem os comentários de que o deputado Stênio Rezende está sendo coagido a renunciar a seu mandato pelo próprio Governo, os parlamentares reunidos nesta manhã (13) na Assembléia Legislativa aprovaram projeto de autoria do deputado César Pires revogando a lei que permitiu a derrubada de babaçuais em áreas urbanas do Estado. Na defesa de seu projeto, César Pires disse que sua intenção é anular o processo que levou inocentes úteis a votarem a matéria, com as vendas de seus votos, sem que tivessem culpa. Quatro deputados votaram para que a lei não fosse revogada. Um deles, a deputada Vianey Bringel, chegou a afirmar que votou consciente no projeto e se venderam seu voto sem que soubesse, ela não tem culpa.

Os vergonhosos fatos, nomes, comentários que vão surgindo e ressurgindo no correr dos dias indicam que para este caso uma Comissão Parlamentar de Inquérito é extremamente necessária. O presidente Arnaldo Melo agiu certo ao encaminhar o caso para a Corregedoria da Assembléia imediatamente. Mas a Corregedoria, como disse o deputado Bira do Pindaré, não tem poderes para convocar os empresários, não pode quebrar sigilo telefônico, bancário ou fiscal de ninguém, nem emitir ordens de prisão em flagrante. Só uma CPI tem poderes para dizer quem são os empresários que corromperam e quem são os parlamentares que foram corrompidos. E somente estas descobertas poderão salvar as imagens públicas da maioria dos deputados e a dignidade mortalmente ferida do Poder Legislativo.

2 comentários:

  1. Cunha Santos,

    Parebens pela materia, republiquei no meu blog.

    Espero contar com vc na divulgação deste caso, Afinal a moralidade da Assemblèia é necessária.

    Valeu!

    Evan de Andrade

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  2. Estamos vivendo um tempo em que a imprensa, assim como a mídia eletrônica, é importante demais para que se apurem desvios de dinheiro público e de conduta dos homens públicos. Espero contar com todos para que a turma do "abafa" não vença mais uma vez.

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