Jornal Pequeno/Informe JP
E foi-se o ano em que o amor foi possível entre príncipes e plebeus, em que as tragédias naturais assustaram o mundo e violentas tempestades tropicais machucaram o Brasil. O ano das águas invadindo o mundo.
A terra tremeu de frio e dor, descontando em tsunamis nossa insensatez. Ondas gigantes dobraram o aço, explodiram reatores nucleares como a protestar contra o desrespeito pela vida humana, deixando 20 mil mortos no Japão e mais de 900 no Brasil. O globo quase se partiu ao meio e 500 mil pessoas ficaram sem ter onde morar.
Mas foi também o ano em que a paz foi imposta ou conquistada nas cidadelas do tráfico e nas favelas, retratos mais perfeitos da desigualdade social, ouviram-se menos tiros e menos gritos de horror. O ano em que o lixo virou vida em que as paixões e emoções se transferiram para os campos de futebol, em que no topo das Américas o Brasil perdeu a Copa, mas se tornou a sexta economia do mundo e conquistou 48 medalhas de ouro no atletismo.
Descobrimos que cada vez mais dependemos dos robôs e, portanto, o futuro chegou antes do tempo. Mas como disse o poeta, o futuro também pode passar. E passou, derrubando ministros corruptos, entupindo os corredores dos hospitais e revelando que por trás das obras inacabadas também estava a corrupção.
A beleza ameaçada, a energia letal, o progresso que destrói tiveram como contraponto o combate à pobreza extrema e o Brasil se tornou o melhor lugar para comprar esperanças e revelou sua auto-afirmação.
Sessenta tiros e 12 crianças mortas em uma escola do Realengo mostraram que podemos ser tão bárbaros quanto anglos e saxões.
Repetiram-se um turbilhão de novas idéias e a fraude na Rússia, o nunca visto corpo do terrorista Osama Bin Laden, os atentados suicidas, o sangue nos santuários xiitas e a Palestina que não se tornou Estado, revelaram tão-somente o quanto ainda precisamos evoluir. Crises econômicas na Espanha, na Grécia, na Itália e tantos outros países mostraram a fragilidade do velho continente.
O poder feminino se espalhou no mundo e mulheres ganharam o Prêmio Nobel da Paz. 2011 foi também o ano dos endividados, das reformas que não reformaram, da Primavera da Democracia no Oriente Médio pondo fim a regimes autoritários e terroristas. Gritos de liberdade pagos com sangue invadiram a Tunísia, O Egito de Osni Mubarak, a Líbia do ditador Muamar Kadaffi, o Iêmen, enquanto na América do Sul, Bolívia e Argentina consolidavam atentados contra a liberdade de imprensa e a liberdade de expressão.
2012 chega hoje e apenas esperamos que o que foi bom em 2011 permaneça e o que foi ruim vá embora. Que fique em nossas cabeças o ideal de construção de um mundo melhor até que um dia todos os anos sejam novos e tenhamos, definitivamente, conquistado a Paz.
Lindo. Feliz Ano Novo!
ResponderExcluirObrigado, filha
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