O risco dos hackers

JM Cunha Santos

Endiabrados, viróticos e impermeáveis, hackers americanos – ou serão chineses? – invadiram o portal da Assembléia Legislativa do Estado do Maranhão. Parece que não explicaram direito o que querem, além de perturbar a ordem pública e saber tudo o que acontece no Maranhão.

Mas os teóricos do infortúnio não param nunca e já há quem diga que eles invadiram o site para impedir a divulgação dos valores reais gastos no carnaval da Beija Flor de Nilópolis. Outros teóricos – como eles são maçantes – criaram que esses hackers, na verdade, são alienígenas brabos, responsáveis por gestões planetárias de municípios e estados macrobióticos de outras galáxias e tudo o que pretendem é apreciar a fantástica Lei de Licitações que a governadora Roseana Sarney encaminhou à Assembléia Legislativa. Apreciar, copiar e aplicar, já que todo extra-terrestre tem mania de ficar milionário de repente.

Há quem afirme que os “extras” só querem se alimentar na sapiência de certos discursos irretocáveis, como aquele que misturava jumento com helicóptero e helicóptero com ilha de Curupu. Outros teóricos insistem que eles usam de chantagem e só vão se desgrudar do site da Assembléia quando conseguirem uma vaga de síndico na Fundação da Memória Republicana Brasileira.

Como não foram descobertos até agora, todo mundo assegura que os tais hackers não cursaram informática no Uniceuma. Mas a teoria mais estapafúrdia é a de que eles querem descobrir, antes dos maranhenses, quem na realidade são os candidatos a prefeito dos deputados Marcelo Tavares e Rubens Júnior, posto que de socialismo e comunismo os invasores de telas não entendem nada.

O que querem realmente os hackers com o site da Assembléia ninguém ainda soube explicar, mas dessa, garantem os republicanos, ninguém vai culpar Sarney que ainda hoje mente em máquinas de datilografia. Há, entretanto, um temor circundando a Diretoria de Comunicação da Assembléia: o de que eles lancem a candidatura de Robson Paz a prefeito de Beck Street.