segunda-feira, 23 de julho de 2012

PESQUISA NÃO É PROJEÇÃO DE VONTADES

JM Cunha Santos

Uma guerra de pesquisas começa a ser travada em São Luís. Os institutos proliferam, alguns de existência praticamente ignorada, prontos para vender a ilusão de que os candidatos que financiam a aferição estão subindo e os demais descendo ou estagnados onde sempre estiveram. Na maior das vezes, tudo antecipadamente elaborado sem a exigível apuração científica das tendências do eleitorado.

O primeiro escândalo estourou com a pesquisa contratada pelo PC do B, através de uma empresa do candidato a vice-prefeito dessa coligação, Roberto Rocha, para afirmar que o candidato a prefeito, Edvaldo Holanda Júnior havia subido surpreendentes 7 pontos antes mesmo de qualquer movimentação eleitoral (nem o Comitê Central de campanha havia sido inaugurado) que não fossem alguns passeios em carro aberto e passeatas, acompanhado pela militância contratada para levantar bandeiras em praça pública. Foi um troço tão escandaloso que quase toda a imprensa já tinha conhecimento dos resultados antes mesmo que a pesquisa fosse registrada.

A falta de credibilidade desses levantamentos, superficiais, suspeitos e duvidosos, segundo alguns feitos em mesas de bar ou em salas secretas das coligações, é um acinte contra o povo, se nenhum compromisso tem com a verdade do momento, mas apenas com a pregação do voto útil. A montagem de planilhas falsificadas é imoral e revoltante e de alguma forma deve estar infringindo a legislação eleitoral, pois induz o povo a erro e busca manipular a opinião pública.

Outras pesquisas vão sendo anunciadas, quase sempre no intento de mistificar uma realidade única: a de que o prefeito João Castelo está deixando todos os seus adversários para trás e corre o risco de ganhar a eleição ainda no primeiro turno. Tudo soa falso nessa ciranda estatística que desafia a lógica, da densidade eleitoral de cada candidato aos índices de rejeição. Pesquisa não é projeção de vontades, é aferição da vontade popular; não avalia torcidas, avalia as tendências da sociedade como um todo. Em São Luís, infelizmente, esse instituto está sendo usado como matéria de empulhação ou mera oportunidade de ganhos extras ou extraordinários.

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