Editorial
JP, 16 de fevereiro
As
águas de março chegaram em fevereiro, infelizmente e São Luís voltou a viver os
transtornos de sempre. Alagamentos, asfalto se desfazendo, canais entupidos,
avenidas intransitáveis, engarrafamentos, falta de energia elétrica, black out
na telefonia fixa e na telefonia móvel, sinais de trânsito brincando carnaval
em plena quarta-feira de cinzas. São os problemas de todos os anos, todos os
invernos, todas as chuvas da ilha de São Luís. Problemas que pela contagem do
tempo parecem insolúveis, mas não são.
Houve
uma diferença, entretanto. O poder público municipal se movimentou, foi ver de
perto as áreas de risco, onde podem ocorrer deslizamentos e desabamentos, registrar
os dramas das famílias que sofrem com os alagamentos nos diversos bairros de
São Luís. A presença do prefeito Edivaldo Holanda Júnior nessas áreas repõe a
idéia de uma administração descentralizada, não afivelada aos gabinetes. Com
ele estavam secretários e vereadores; o vereador Fábio Câmara o acompanhou na
vistoria ao bairro da Areinha, a vereadora Rose Sales, dentre outros, deixando
claro que, sob a liderança do prefeito, constrói-se um novo modo de fazer
política em São Luís.
As
chuvas voltaram muito fortes, causando transtornos, atingindo a cidade com essa
fúria que só a natureza conhece. A situação que se constata mostra, entretanto,
o quanto ainda prescindimos de políticas de prevenção. São apenas as primeiras
águas e não há qualquer indicativo de que o inverno pretenda arrefecer. É
difícil deter a força das chuvas, mas para o futuro o poder público precisa
repensar a existência de tantas áreas de alagamento e de risco na capital.
As
soluções para problemas dessa ordem são difíceis, basta ver o que acontece em
cidades como Rio de Janeiro e São Paulo. Mas é evidente a insuficiência da
drenagem e do escoamento em São Luís e isso requer planejamento, a médio prazo,
para que em todos os invernos não se repita esse drama de pessoas desabrigadas,
casas alagadas, mercados e hospitais invadidos pelas chuvas.
O
gesto do prefeito de estar junto à população imediatamente após a chuva
torrencial da terça-feira é irretocável. O prefeito foi ver sua cidade, como
ela está, sentir de perto o que precisa ser feito, ouvir a população, demandar
as emergências necessárias pessoalmente, enquanto outras autoridades se achavam
imobilizadas pela ressaca da folia momesca. E ele estava em São Luís, apesar da
furiosa e mentirosa virulência com que o atacaram nos dias que precederam o
carnaval.
O
que espera o povo de São Luís é que seja essa uma prática mais constante do
poder público municipal, que não se sinta a população abandonada pelo poder
público nas horas mais difíceis e que se construa, de fato, um novo modelo de
administração, do qual o povo faça parte. A vida, afinal, não é um carnaval de
quatro dias, nem um São João de 30 e os impostos pagos pelo povo devem estar
direcionados às suas necessidades básicas. Jorge Benjor e Diogo Nogueira têm
todo o direito de cantar, mas tem também o povo de São Luís o direito de viver
melhor.
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