sábado, 16 de fevereiro de 2013

Águas de março

Editorial JP, 16 de fevereiro

As águas de março chegaram em fevereiro, infelizmente e São Luís voltou a viver os transtornos de sempre. Alagamentos, asfalto se desfazendo, canais entupidos, avenidas intransitáveis, engarrafamentos, falta de energia elétrica, black out na telefonia fixa e na telefonia móvel, sinais de trânsito brincando carnaval em plena quarta-feira de cinzas. São os problemas de todos os anos, todos os invernos, todas as chuvas da ilha de São Luís. Problemas que pela contagem do tempo parecem insolúveis, mas não são.
Houve uma diferença, entretanto. O poder público municipal se movimentou, foi ver de perto as áreas de risco, onde podem ocorrer deslizamentos e desabamentos, registrar os dramas das famílias que sofrem com os alagamentos nos diversos bairros de São Luís. A presença do prefeito Edivaldo Holanda Júnior nessas áreas repõe a idéia de uma administração descentralizada, não afivelada aos gabinetes. Com ele estavam secretários e vereadores; o vereador Fábio Câmara o acompanhou na vistoria ao bairro da Areinha, a vereadora Rose Sales, dentre outros, deixando claro que, sob a liderança do prefeito, constrói-se um novo modo de fazer política em São Luís.
As chuvas voltaram muito fortes, causando transtornos, atingindo a cidade com essa fúria que só a natureza conhece. A situação que se constata mostra, entretanto, o quanto ainda prescindimos de políticas de prevenção. São apenas as primeiras águas e não há qualquer indicativo de que o inverno pretenda arrefecer. É difícil deter a força das chuvas, mas para o futuro o poder público precisa repensar a existência de tantas áreas de alagamento e de risco na capital.
As soluções para problemas dessa ordem são difíceis, basta ver o que acontece em cidades como Rio de Janeiro e São Paulo. Mas é evidente a insuficiência da drenagem e do escoamento em São Luís e isso requer planejamento, a médio prazo, para que em todos os invernos não se repita esse drama de pessoas desabrigadas, casas alagadas, mercados e hospitais invadidos pelas chuvas.
O gesto do prefeito de estar junto à população imediatamente após a chuva torrencial da terça-feira é irretocável. O prefeito foi ver sua cidade, como ela está, sentir de perto o que precisa ser feito, ouvir a população, demandar as emergências necessárias pessoalmente, enquanto outras autoridades se achavam imobilizadas pela ressaca da folia momesca. E ele estava em São Luís, apesar da furiosa e mentirosa virulência com que o atacaram nos dias que precederam o carnaval.
O que espera o povo de São Luís é que seja essa uma prática mais constante do poder público municipal, que não se sinta a população abandonada pelo poder público nas horas mais difíceis e que se construa, de fato, um novo modelo de administração, do qual o povo faça parte. A vida, afinal, não é um carnaval de quatro dias, nem um São João de 30 e os impostos pagos pelo povo devem estar direcionados às suas necessidades básicas. Jorge Benjor e Diogo Nogueira têm todo o direito de cantar, mas tem também o povo de São Luís o direito de viver melhor.

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