JM
Cunha Santos
Em
uma das mais memoráveis lutas políticas do Maranhão, o saudoso deputado Nagib
Haickel, então presidente da Assembléia Legislativa, liderou a extinção do Tribunal
de Contas dos Municípios, então responsável por julgar as prestações de contas,
acompanhar licitações, enfim, garantir a transparência nas gestões municipais
do Maranhão.
O
órgão, à época também auxiliar da Assembléia, foi extinto sob o peso das mais
sérias acusações como a de venda de pareceres, extorsão de prefeitos e servir
de biombo político para os mais escusos interesses da politicalha vigente na
época. Agiam seus Conselheiros de forma tão açodada que acabaram irritando
parlamentares ligados às diversas prefeituras até o inesperado desfecho da
extinção.
Os
Conselheiros eram escolhidos a dedo pelos governantes entre seus parentes,
entre correligionários que não tinham
mais votos, e até pessoas “de reconhecido saber jurídico” que não haviam sequer
concluído o segundo grau e menos ainda cruzado os umbrais de uma Universidade.
O uso político do TCM era escancarado e o enriquecimento dos conselheiros
“escolhidos” saltava aos olhos.
Os
tribunais de contas de municípios ainda hoje existem em muitos estados, mas no
caso do Maranhão todas as atribuições do TCM foram transferidas para o Tribunal
de Contas do Estado que inchou mais que canela de jogador de futebol. Hoje, na
Assembléia, o deputado líder da oposição acusa frontalmente o presidente do
TCE, que funciona no Edifício Roseana Sarney Murad, de usar indevidamente a
instituição para perseguir prefeitos adversários e proteger aliados do grupo
Sarney. E ameaça o líder ir ao Superior Tribunal de Justiça e ao Ministério
Público “para denunciar o que está ocorrendo no Maranhão”. Comunista, Rubens
Júnior deveria saber que por aqui a história se repete apenas como farsa. Que
não aposte, portanto, na extinção do Tribunal de Contas do Estado.
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