JM
Cunha Santos
Nas
barbas do governo, no quintal do Palácio dos Leões, no terraço do Tribunal de
Justiça, na varanda da Secretaria de Segurança Pública, na sala de espera da Casa
Civil, no lavabo da Secretaria Estadual de Meio Ambiente.
Lagoa
da Jansen, 26 de maio de 2013. Guardem esta data. Uma operação conjunta do
Ministério Público do Trabalho e Polícia Federal, sob comando da Procuradora
Anya Gedelha, resgatou 25 operários que, trabalhando em condições análogas à
escravidão, construíam o Arraial da Lagoa, a casa oficial de diversões juninas
do governo do Maranhão. A obra foi embargada depois que o Ministério Público
constatou que os trabalhadores, todos recrutados no município de Penalva,
trabalhavam sem contrato, sem equipamento de proteção, sem água potável e
dormiam no local de trabalho nas piores condições.
Uma nota lacônica da Secretaria de
Comunicação do
Estado sobre o fato informou que o
governo não sabia
o que estava acontecendo. Por
favor, senhores, há
coisas que um governo tem que
saber, precisa saber, se
realmente pretende ser governo.
Ademais, é a
Secretaria Estadual de Meio
Ambiente que administra
a Lagoa da Jansen e quem gerencia a
obra é a famosa
Convention Visitors Bureau, de
gente muito próxima
aos governantes.
Os deputados pretendem convocar o
Ministério
Público do Trabalho, a empresa
responsável pela obra,
Carmel Construções Ltda e a
Convention Bureau para
dar explicações sobre esse
inacreditável processo de
escravidão em plena capital do
Estado. Mas é preciso
não esquecer que este é mais um dos
campeonatos
vencidos pelo Maranhão, o de
exportação de mão de
obra escrava. Só não se esperava
que os escravocratas
tivessem a cara de pau de agir no
centro de São Luís,
em total desrespeito ao poder de
polícia do Estado.
Tenha o governo ou não
responsabilidade no caso,
foi notificado junto com as
empresas. E esse é um
escândalo que ainda vai lhe render
muitos dissabores.
Podem anotar.
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