Dá
até para imaginar que o Complexo Penitenciário de Pedrinhas é administrado em
regime de auto-gestão por facções criminosas. Já são cinco assassinatos nos
primeiros meses de 2014, sem que se registrassem rebeliões. Dez, em todo o
sistema carcerário, segundo o Jornal Pequeno. O portal iG registrou, no ano de
2013, 197 presos assassinados em 22 estados do Brasil. Sessenta desses
homicídios aconteceram em Pedrinhas.
Um
comparativo com o Estado de São Paulo deixa qualquer um estarrecido. Em todo o
território paulista 22 presos foram assassinados no ano de 2013, sendo que a
população carcerária de São Paulo é 35 vezes maior que a do Maranhão. Aqui
acontece uma execução para cada 100 presos; em São Paulo, uma execução para
cada 10 mil.
Estes
números e o estupendo nível de barbárie levaram o juiz titular da Segunda Vara
de Execuções Penais, Fernando Mendonça, a declarar que o Complexo Penitenciário
de Pedrinhas é um dos locais mais violentos do mundo. “Nem Bagdá (Iraque) tem
tantas mortes violentas”, assegurou. Bagdá é território de guerra e guerras
religiosas, homens-bombas e autoflagelação.
Líderes
de facções criminosas e presos perigosos foram transferidos, a tropa de choque
da Polícia Militar e a Guarda Nacional ocuparam a Penitenciária de Pedrinhas,
mas ainda é nessa cadeia que mais assassinatos de detentos acontecem no Brasil.
Tem
alguma coisa errada em Pedrinhas, ou melhor no sistema crcerário do Estado,
algum mistério indissolúvel que ainda precisa ser esclarecido. Parece mais um
território livre do crime organizado, no qual a ordem maior é matar.
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