JM
Cunha Santos
Foi
um susto. O Objeto Voador Não Identificado fazia vôos rasantes sobre o
imponente Palácio dos Leões. “Escondam os baralhos, escondam as lagostas,
escondam as malas pretas”, todos gritavam no maior corre-corre que já se viu no
paço governamental. “Ele tem uma máquina de microfilmagem acoplada”, alguém
gritou para desespero dos funcionários que amontoaram e tocaram fogo em
montanhas de papel. Páginas e páginas de convênios viraram fumaça em instantes.
Indiferente,
o Drone continuou filmando. Garrafas de cerveja da Bemar, um número
incalculável de doleiros nas portas dos gabinetes, prefeitos carregando malas
pesadas na cabeça em disparada pelos corredores, resultados de pesquisas
fraudulentas, recibos de aluguéis de prédios vazios e lobos, muitos lobos se
escondendo com medo de ser aquilo o castigo de Deus.
Alguém
quebrou a marretadas uma maquete da Refinaria Premium, outro chamou a segurança
do Palácio e, finalmente, o Drone foi abatido a garrafadas de vinho importado,
uísque escocês, queijo suíço e puns, muitos puns, na maior flatulência coletiva
da história do Maranhão.
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O que é isso – perguntaram todos aos desmaios.
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É o Fundema. Fundeu.
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