O deputado desmontou todos os argumentos do governo para não conceder
reajustes aos servidores do Tribunal de Justiça e do Tribunal de Contas do
Estado.
O deputado estadual
Othelino Neto (PCdoB) criticou, na sessão desta quarta-feira (06), os vetos da
governadora Roseana Sarney aos projetos de reajustes salariais para servidores
do Tribunal de Contas do Estado (TCE) e do Tribunal de Justiça do Maranhão (TJ).
Segundo o parlamentar, não são convincentes os argumentos dados pelo Executivo
de que a despesa com pessoal ativo e
inativo não poderia exceder os limites estabelecidos da dotação orçamentária.
“Li atentamente
aqui a justificativa para os vetos e confesso que não me convenceram. Reposição
salarial, reajuste correspondente ao percentual de inflação do ano são direitos
dos servidores não só do TCE quanto do TJ”, afirmou Othelino Neto que pediu, na
tribuna, aos colegas parlamentares a derrubada dos vetos governamentais.
Quanto ao argumento
do governo de que não haveria dotação para os reajustes, Othelino disse que o orçamento tem sido uma peça meramente para
cumprir formalidade. “Quando o Poder Executivo quer, ele altera o orçamento,
tira de uma rubrica, coloca em outra. Quando a governadora do Estado usa este
argumento para vetar o reajuste dos servidores, no caso específico agora do
Tribunal de Contas, é apenas uma justificativa para não conceder o aumento”,
afirmou o deputado.
Othelino Neto
criticou também a argumentação da governadora de que o Tribunal de Contas do
Estado do Maranhão teria atingido o limite prudencial. “Será que o Tribunal de
Contas, com os técnicos competentes que tem, com a sua direção, não possui
capacidade de ver e de definir quais são os seus limites prudenciais, quais são
os seus limites com gastos de pessoal, levando em consideração a legislação e,
especificamente, a Lei de Responsabilidade Fiscal?”, interrogou o deputado.
Má vontade do governo
Segundo Othelino
Neto, os vetos revelam mais uma má vontade do Poder Executivo do que,
propriamente, uma limitação de ordem legal ou orçamentária. Segundo o deputado,
esse gesto da governadora parece mais uma represália à forma como os auditores
do Tribunal de Contas e os outros servidores também têm se comportado no
exercício de suas funções.
“O mesmo governo
que tem fartura de recursos para sair fazendo politicagem no interior do
Estado, para pagar os membros daquele conselhão imoral e tem recursos para
bancar R$ 30 mil de aluguel por um prédio que, aliás, pertence ao candidato a
governador do grupo que não o utiliza, alega que não tem orçamento para pagar
reajuste dos servidores estaduais”,criticou Othelino.
Contradição
Segundo o deputado,
o governo que tem milhões e milhões de reais para pagar associações fantasmas e
suspeitas e alega que não tem orçamento para conceder reajuste aos servidores
estaduais. “É contradição demais para pouca argumentação”, frisou o deputado do
PCdoB.
Othelino condenou a
postura insensível da governadora que, segundo o deputado, desestimula duas
carreiras importantes de servidores do Tribunal de Contas, que têm por
obrigação constitucional fazer o controle externo, e também do Tribunal de
Justiça.
“Peço, finalmente,
aos colegas que nós analisemos com critério, sem má vontade ou interesses
políticos, esses vetos para derrubarmos e mostrarmos que reconhecemos a
importância de instituições como o Tribunal de Contas do Estado e o Tribunal de
Justiça do Estado do Maranhão”, finalizou o deputado.
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