A Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da
República (SDH/PR), o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), o
Observatório de Favelas e o Laboratório de Análise da Violência da Universidade
do Estado do Rio de Janeiro (LAV-Uerj) apresentaram nesta 4a feira, 28 de
janeiro, no Rio de Janeiro, a 5ª edição do Índice de Homicídios na Adolescência
(IHA). O estudo tem como objetivo permitir o monitoramento sistêmico da incidência
de homicídios entre a população jovem, contribuindo para a avaliação das
políticas de prevenção à violência.
Produzido com base em dados de 2012, o IHA estima
que mais de 42 mil adolescentes, de 12 a 18 anos, poderão ser vítimas de
homicídio nos municípios brasileiros com mais de 100 mil habitantes entre 2013
e 2019. Isso significa que, para cada grupo de mil pessoas com 12 anos
completos em 2012, 3,32 correm o risco de ser assassinadas antes de atingir os
19 anos de idade. A taxa representa um aumento de 17% em relação a 2011, quando
o IHA chegou a 2,84. Foram analisados dados de 288 municípios brasileiros.
De acordo com os dados, a Região Nordeste apresenta
a maior incidência de violência letal contra adolescentes, com um índice igual
a 5,97. Em contrapartida, o Sudeste possui o menor valor, com uma perda de 2,25
jovens em cada mil. Foi verificada ainda uma redução na mortalidade na Região
Sul.
Em relação ao perfil dos adolescentes com maior
vulnerabilidade, o estudo revela que a possibilidade de jovens negros serem
assassinados é 2,96 vezes maior do que os brancos. Além disso, os adolescentes
do sexo masculino apresentam um risco 11,92 vezes superior ao das meninas,
sendo a arma de fogo o principal meio utilizado no assassinato de jovens
brasileiros.
Hoje, os homicídios representam 36,5% das causas de
morte dos adolescentes no País, enquanto para a população total correspondem a
4,8%. Para a elaboração do IHA, foram analisados 288 municípios brasileiros com
mais de 100 mil habitantes. O levantamento tem como base os dados dos Censos
2000 e 2010, do IBGE, e do Sistema de Informações sobre Mortalidade, do
Ministério da Saúde. O IHA faz parte das ações do Programa de Redução da
Violência Letal Contra Adolescentes e Jovens (PRVL), criado em 2007.
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