Não
nos custa lembrar o quanto é difícil escrever com medo, falar com medo, pensar
com medo.
JM Cunha Santos
JM Cunha Santos
O
Brasil tomará, amanhã, uma das decisões mais importantes de sua existência
desde que as naves portuguesas cruzaram os oceanos e aqui chegaram. E a gente
já sente o peso do medo que cerca a Nação com o despontar da candidatura de
Jair Bolsonaro, um homem que faz apologia da tortura e do nazismo e que
considera bem-vindos grupos de extermínio que atuam no Brasil.
Sem
nenhum respeito pelas instituições democráticas, ofende a Justiça, apega-se a
preconceitos de raça e gênero, sustenta-se na xenofobia e pretende resolver as
crises política e econômica do país através da violência. O sonho da construção
de uma Nação de paz, os sonhos da opção pelos pobres, encastelam-se dentro de
um discurso aterrador de ameaça a todas as liberdades.
Mas
não podemos, nem devemos viver com medo. Precisamos ter coragem para enfrentar
essa pregação fascista que paira sobre nossas cabeças como uma espada de Dâmocles,
eterna e pronta a desabar. O Maranhão, graças a Deus, se mantém fora dessa rota
de terror. Como disse o governador Flávio Dino “Aqui no Maranhão vamos dar uma
surra no soldado covarde, no fascismo, na ditadura e defender a democracia”.
E
que assim seja em todo o país. Não nos custa lembrar o quanto é difícil
escrever com medo, falar com medo, pensar com medo. O que aqui se anuncia como
linchamento virtual da imprensa, estará a um passo do linchamento físico se
essa candidatura vencer. O ano de 2018 registrou 137 casos de agressões contra
jornalistas, dentre estes 62 casos de agressões físicas. Este não é um caminho
de luz. É o breu da escuridão sem lamparinas. Um homem que se revela disposto a
matar 30 mil pessoas, não se importando em ceifar vidas de inocentes, que
defende o mais abominável de todos os crimes, a tortura, não pode ser o chefe
de uma Nação de paz.
Em
nenhum momento na história a violência institucional fez prosperar nada no
mundo. Num país em que 65 mil pessoas são mortas todos os anos, em que a juventude
se mata em praça pública, ele quer mais armas nas ruas, nas casas e nos
corações. Isso é pior que toda a corrupção, porque representa a corrupção dos
sentidos, a transformação de homens em feras e uma ofensa inominável à vontade
de Deus.
Em
oração, contritos, devemos lembrar de outros tempos em que era proibido pensar,
divergir, dizer e, em muitos casos era proibido até cantar. E votar, de
corações limpos, para que esses tempos não voltem nunca mais.
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