domingo, 6 de outubro de 2019

Ódio, violência, racismo e xenofobia permanecem na internet desde a campanha de Jair Bolsonaro


“Lixo, fedorenta, nojenta. Feia, macaca. Me empresta seu cabelo aí pra eu lavar louça. Te pago com banana”. (Internauta)

JM Cunha Santos


Excerto de um artigo de Paulo Victor Melo sobre as porcarias que grassam nas redes sociais nos dias de hoje, a verborragia racista acima é apenas um dos crimes que ora se cometem nas redes sociais. Precisamos dizer que esse tipo abominável de excrescência humana ganhou força preponderante a partir do segundo turno das últimas eleições. Que trouxeram consigo, para além dos preconceitos e do racismo, um nível de ódio político e social jamais visto no Brasil.
Conforme avaliações da BBC News Brasil, cerca de 2.500 denúncias de crimes cibernéticos dessa natureza desembarcam por dia na Central Nacional de Denúncias de Crimes Cibernéticos, da SeferNet, ONG que atua em cooperação com o Ministério Público Federal. Foram 4 milhões de denúncias relacionadas a crimes de ódio no período do segundo turno das últimas eleições. Os crimes: racismo, neonazismo, intolerância religiosa, xenofobia, homofobia, misoginia, apologia e incitação a crimes contra a vida.
Nos 21 dias que separaram o primeiro do segundo turno, o crime cibernético que mais cresceu foi a xenofobia, certamente em razão da votação maciça dos nordestinos em Fernando Haddad. A xenofobia cresceu 2369,5 %, a incitação a crimes contra a vida, 630,52 %, o neonazismo, 548,4 %, a homofobia, 350,2 %, o crime de racismo, 218,2 % e a intolerância religiosa 145,13 %. Crimes adornados pela defesa de torturas, (o que começou com o próprio candidato a presidente, Jair Bolsonaro) linchamentos, violência física e assassinatos.
Alguns haverão de se perguntar porque chamo a atenção para esse assunto neste momento. Simplesmente porque o ódio e o ódio político do período eleitoral permanecem na internet. Segundo o diretor da SaferNet Thiago Tavares “Estamos diante da produção e difusão em escala industrial de conteúdos criados para incentivar o ódio, o preconceito e a discriminação”.
Qualquer um que atue com alguma constância nas redes sociais ou que simplesmente mantenha um Blog com conotações políticas e de opinião perceberá essa realidade. O ódio político se transporta, através de comentários sucedidos por injúrias, difamações, insultos, pornografias e ameaças contra os que não rezam na cartilha política dos que hoje detém o poder neste país. E a grande pergunta é: quem está financiando toda essa porcaria que grassa na internet, disseminando tanto ódio e quais seriam os reais objetivos de quem paga a difusão desses crimes no Brasil?

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