Os principais líderes de diversos
partidos de oposição se uniram de forma inédita para lançar um documento
acusando Jair Bolsonaro de ser “um presidente da República irresponsável”, que
agrava a crise do coronavírus pois “comete crimes, frauda informações, mente e
incentiva o caos”.
“Deveria renunciar” diz o texto,
assinado pelos pelos ex-presidenciáveis Fernando Haddad (PT-SP), Ciro Gomes
(PDT-CE) e Guilherme Boulos (PSOL-SP) e pela candidata a vice de Haddad,
Manuela Davila (PCd0B).
O documento é endossado ainda pelo
governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), pelo ex-governador do Paraná,
Roberto Requião (MDB-PR), pelo ex-governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro,
e pelos presidentes do PT, Gleisi Hoffmann, do PSB, Carlos Siqueira, do PDT,
Carlos Lupi, do PCB, Edmilson Costa, Juliano Medeiros, do PSOL, Luciana Santos,
do PCdoB,
O texto afirma que “Jair Bolsonaro é
o maior obstáculo à tomada de decisões urgentes para reduzir a evolução do
contágio, salvar vidas e garantir a renda das famílias, o emprego e as
empresas. Atenta contra a saúde pública, desconsiderando determinações técnicas
e as experiências de outros países.”.
Em outro trecho, afirma: “Bolsonaro
não tem condições de seguir governando o Brasil e de enfrentar essa crise, que
compromete a saúde e a economia. Comete crimes, frauda informações, mente e
incentiva o caos, aproveitando-se do desespero da população mais vulnerável.
Precisamos de união e entendimento para enfrentar a pandemia, não de um
presidente que contraria as autoridades de Saúde Pública e submete a vida de
todos aos seus interesses políticos autoritários”.
E pede que o presidente da República
seja contido: “Basta! Bolsonaro é mais que um problema político, tornou-se um
problema de saúde pública. Falta a Bolsonaro grandeza. Deveria renunciar, que
seria o gesto menos custoso para permitir uma saída democrática ao país. Ele
precisa ser urgentemente contido e responder pelos crimes que está cometendo
contra nosso povo”.
Leia a íntegra do documento:
O BRASIL NÃO PODE
SER DESTRUÍDO POR BOLSONARO
O Brasil e o mundo enfrentam uma
emergência sem precedentes na história moderna, a pandemia do coronavírus, de
gravíssimas consequências para a vida humana, a saúde pública e a atividade
econômica. Em nosso país a emergência é agravada por um presidente da República
irresponsável. Jair Bolsonaro é o maior obstáculo à tomada de decisões urgentes
para reduzir a evolução do contágio, salvar vidas e garantir a renda das
famílias, o emprego e as empresas. Atenta contra a saúde pública,
desconsiderando determinações técnicas e as experiências de outros países.
Antes mesmo da chegada do vírus, os serviços públicos e a economia brasileira
já estavam dramaticamente debilitados pela agenda neoliberal que vem sendo
imposta ao país. Neste momento é preciso mobilizar, sem limites, todos os
recursos públicos necessários para salvar vidas.
Bolsonaro não tem condições de seguir
governando o Brasil e de enfrentar essa crise, que compromete a saúde e a
economia. Comete crimes, frauda informações, mente e incentiva o caos,
aproveitando-se do desespero da população mais vulnerável. Precisamos de união
e entendimento para enfrentar a pandemia, não de um presidente que contraria as
autoridades de Saúde Pública e submete a vida de todos aos seus interesses
políticos autoritários. Basta! Bolsonaro é mais que um problema político,
tornou-se um problema de saúde pública. Falta a Bolsonaro grandeza. Deveria
renunciar, que seria o gesto menos custoso para permitir uma saída democrática
ao país. Ele precisa ser urgentemente contido e responder pelos crimes que está
cometendo contra nosso povo.
Ao mesmo tempo, ao contrário de seu
governo – que anuncia medidas tardias e erráticas – temos compromisso com o
Brasil. Por isso chamamos a unidade das forças políticas populares e
democráticas em torno de um Plano de Emergência Nacional para implantar as
seguintes ações:
– Manter e qualificar as medidas de
redução do contato social enquanto forem necessárias, de acordo com critérios
científicos;
– Criação de leitos de UTI
provisórios e importação massiva de testes e equipamentos de proteção para
profissionais e para a população;
– Implementação urgente da Renda
Básica permanente para desempregados e trabalhadores informais, de acordo com o
PL aprovado pela Câmara dos Deputados, e com olhar especial aos povos
indígenas, quilombolas e aos sem-teto, que estão em maior vulnerabilidade;
– Suspensão da cobrança das tarifas
de serviços básicos para os mais pobres enquanto dure a crise,
– Proibição de demissões, com auxílio do Estado no pagamento do salário aos setores mais afetados e socorro em forma de financiamento subsidiado, aos médios, pequenos e micro empresários;
– Proibição de demissões, com auxílio do Estado no pagamento do salário aos setores mais afetados e socorro em forma de financiamento subsidiado, aos médios, pequenos e micro empresários;
– Regulamentação imediata de tributos
sobre grandes fortunas, lucros e dividendos; empréstimo compulsório a ser pago
pelos bancos privados e utilização do Tesouro Nacional para arcar com os gastos
de saúde e seguro social, além da previsão de revisão seletiva e criteriosa das
renunciais fiscais, quando a economia for normalizada.
Frente a um governo que aposta
irresponsavelmente no caos social, econômico e político, é obrigação do
Congresso Nacional legislar na emergência, para proteger o povo e o país da
pandemia. É dever de governadores e prefeitos zelarem pela saúde pública, atuando
de forma coordenada, como muitos têm feito de forma louvável. É também
obrigação do Ministério Público e do Judiciário deter prontamente as
iniciativas criminosas de um Executivo que transgride as garantias
constitucionais à vida humana. É dever de todos atuar com responsabilidade e
patriotismo.
Folha de São Paulo
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