Que dia!

JM Cunha Santos

Que preguiça! O Dia do Trabalhador é feriado no país em que há mais feriados no mundo. Uma boa chance para conferir o que não foi feito este ano. E não concluíram a reforma permanente do aeroporto, não inauguraram a primeira etapa da Refinaria Premium, nem sequer leram na Assembléia o Estatuto do Educador. Os professores entraram em greve e não vão dar aulas e os alunos vão fazer o que a maioria dos alunos gosta: não assistir.

É um dia e tanto, pois se não chover, todos à praia, sabendo que não assinaram a CPI da Agiotagem, não reativaram a BR 135, não asfaltaram a Avenida Quarto Centenário, não entregaram, ainda, os títulos de Cidadão Maranhense para Dilma Roussef, Lula e José Dirceu. A primeira por serviços prestados no Programa Minha Casa Minha Vida ao senador Edinho Lobão; o segundo, por cassar a palavra do PT sobre qualquer assunto relacionado a Roseana Sarney e o terceiro por ter vindo aqui, ido e não ser visto por ninguém.

Que dia para comemorar no Maranhão! Porque nunca mais fizeram uma escola nova, não melhoraram em nada os vergonhosos índices sociais do Estado, não tiveram tempo para colocar água nos canos da Caema, não pararam de viajar para tudo quanto é canto do mundo e não esqueceram de varar noites a fio torrando grana no carteado.

Nem por artes do cão pagaram um único precatório, não investigaram os prefeitos envolvidos com a agiotagem, não diminuíram os terríveis índices de homicídios de São Luís, não fecharam as portas da Penitenciária de Pedrinhas e, parece até mentira, no mês de abril não pediram um único centavo emprestado a ninguém.

Que dia para comemorar, o Dia do Trabalhador! A qualquer momento os ônibus param e a cidade pára também, porque a essas alturas os bancários, assim como os professores, já terão parado e todos os seguirão. Só não vão parar, como também gostariam, os jornalistas, pois não há notícia mais longa que a escrita sobre um Estado que parou no tempo.